Líder nas pesquisas em Dourados, Murilo tenta tirar PMDB de seu caminho

O vice-governador Murilo Zauith (DEM) decidiu atravessar os limites de Dourados, onde faz campanha rumo a um “mandato tampão” de dois anos, para buscar apoio na Assembleia Legislativa, na Capital, onde já atuou e tem forte afinidade com os principais líderes políticos de Mato Grosso do Sul.

Líder nas pesquisas de intenções de voto, Murilo conversou com vários deputados, entre os quais, Zé Teixeira, presidente regional do DEM, principal entusiasta da candidatura do correligionário à sucessão municipal em 2011. 

Apesar de ninguém ter detalhado o teor da conversa, o deputado estadual Diogo Tita (PPS), revelou que o bate-papo com o vice-governador foi sobre o processo sucessório douradense, que ocorrerá em fevereiro do ano que vem por causa da renúncia do prefeito Ari Artuzi (sem partido) e do vice-prefeito Carlinhos Cantor (PR).

Artuzi e Cantor, entre outras autoridades políticas, estão sendo acusados de integrar uma quadrilha que sobrevivia a custas de propina com dinheiro de licitação pública na área de saúde. Os dois foram soltos recentemente depois de vários dias incomunicáveis na prisão. 

Após a conversa, Tita, que trocou o PMDB pelo PPS apenas para permitir acomodações na composição das chapas de candidatos aos cargos proporcionais que apoiaram o governador André Puccinelli (PMDB), sugeriu apoio dos aliados ao democrata.

“Acho que agora é a vez do PMDB apoiar ele. Deveria lançar o candidato a vice”, sugeriu o deputado em referencia a Murilo Zauith, que circulou ainda por outros gabinetes na Assembleia.

No entanto, o próprio governador avisou que apoiará um nome que porventura seja indicação pelo diretório municipal de seu partido para disputar a prefeitura de Dourados, hoje administrada pela vereadora peemedebista Délia Razuk.

Os deputados federais Marçal Filho e Geraldo Resende são outras opções do PMDB local para o possível confronto com o democrata.

Apesar de liderar a corrida pela prefeitura, Murilo se articula na tentativa de fortalecer sua candidatura. A ideia do democrata é impedir uma candidatura peemedebista e trazer outros partidos para seu palanque, como PSDB, PR, etc.

Articulações nesse sentido devem ser conduzidas também por Zé Teixeira, que tem transito livre no gabinete do governador e demais lideranças políticas municipais e estaduais.

OPOSIÇÃO

Embora fragilizada após derrota nas urnas em 3 de outubro, a oposição, liderada pelo PT, deve buscar seus espaços políticos.

Na linha de frente está o ex-governador Zeca do PT, que lidera o deputado federal Vander Loubet, um dos principais articuladores do partido e que tem suas ligações no município, onde atualmente brilha apenas a estrela do ex-prefeito e deputado estadual eleito Laerte Tetila.

Apesar disso, a oposição terá primeiro que se organizar, uma vez que, apesar da derrota, saiu rachada das eleições devido a incompatibilidade de relacionamento entre Zeca do PT e o senador Delcídio do Amaral, talvez, o único com fôlego no momento para proceder o processo de reorganização partidária num grupo extremamente fragilizado.