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Política

Na reta final, empatado com Acelino, Enelvo vê favoritismo esfarelar

Isolado politicamente, com uma chapa de vereador com pouca densidade eleitoral, Enelvo vê seu favoritismo, alardeado ao longo dos últimos anos, literalmente se esfarelar.

Flávio Paes/Região News

09 de Setembro de 2012 - 22:15

A menos de um mês das eleições municipais, o ex-prefeito Enelvo Felini (PSDB) experimenta um momento delicado da sua campanha. Conforme a pesquisa IPEMS/Correio do Estado registrada no TRE/MS sob número 00139/2012, divulgada sábado, o candidato tucano aparece empatado com 39.33% das intenções de voto com o candidato do PMDB Acelino Cristaldo,

Isolado politicamente, com uma chapa de vereadores com pouca densidade eleitoral, Enelvo vê seu favoritismo,alardeado ao longo dos últimos quatro anos, literalmente se esfarelar. A perda de 9 pontos percentuais nas intenções de voto (o mesmo IPEMS atribuiu ao ex-prefeito quase 49% na pesquisa divulgada em julho) acontece num momento crucial para atrair possíveis contribuições de campanha.

Historicamente quem entra na reta de chegada em queda nas pesquisas afugenta financiadores. Diante de um quadro de equilíbrio que torna o desfecho eleitoral imprevisível, eles se retraem ou, no mínimo, dividem os recursos entre os candidatos que polarizam a disputa.

O prenúncio de que a pesquisa IPEMS/Correio do Estado não traria boas notícias para o ex-prefeito fez com que na sexta-feira, véspera da publicação,  ele determinasse a distribuição durante o desfile comemorativo de 7 de Setembro, do panfleto com o resultado de uma enquete on-line feita por um site engajado na campanha do tucano. O levantamento, sem base científica, muito menos registro na Justiça Eleitoral, mostra evidentemente, o ex-prefeito em 1º lugar.

A safra de notícias ruins para Enelvo começou no início da semana passada quando ele perdeu dois minutos no horário eleitoral. Foi o desdobramento da decisão do TRE/MS que retirou o Democratas da sua coligação, homologando a aliança do DEM com o PMDB.

O ex-prefeito agora passará por um teste de fogo jurídico. O Tribunal Regional Eleitoral vai julgar se acata ou rejeita o recurso do Ministério Público Eleitoral de Sidrolândia. O promotor Nicolau Barcaji Junior defende a impugnação da candidatura de Enelvo com base na lei da ficha limpa. O Tribunal de Contas do Estado rejeitou as contas do Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério), referente a 2003, quando o tucano era prefeito de Sidrolândia.

O TRE/MS tem sido bastante rigoroso com os ex-prefeitos candidatos que tiveram contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas. Por decisão da Justiça Eleitoral já estão fora da disputa os ex-prefeitos de Sonora,  Luiz Carlos Simões (PDT), Jair Boni Cogo (PSDB), em Cassilândia; Djalma Lucas Furquim (PDT), de Aparecida do Taboado, Lídio Ledesma (PDT), em Iguatemi e Adison Scapin,  em Novo Horizonte do Sul. Em Ribas do Rio Pardo  João Alfredo Danieze , do PHS, também está fora da eleição por decisão do Tribunal.

Também teve a candidatura impugnada o ex-prefeito de Bonito, Geraldo Alves Marques (PDT). O Tribunal entendeu que Geraldo está impedido de se candidatar, já que teve as contas rejeitadas pelo TCU (Tribunal de Contas da União) quando era prefeito. O motivo, de acordo com a denúncia feita ao TRE-MS, é a aplicação dos recursos para a saúde em “despesas estranhas” ao setor, com prejuízos à população.

O relatório-voto da Procuradora Regional Eleitoral, Danilce Vanessa Camy, ressalta que “os desvios da saúde praticados na gestão de Geraldo não poderiam sequer voltar aos cofres públicos, pois não se sabe nos autos qual a destinação dada aos recursos”. O TRE entendeu que o desvio de recursos da saúde de Bonito caracterizou improbidade administrativa. O ex-prefeito foi enquadrado na chamada Lei da Ficha Limpa, tornando-se inelegível.