Política
Para não constranger secretária, vereador desiste de convocação e a ouvirá em reunião fechada
Anache admitiu que desistiu da convocação para não expor o prefeito e a secretária a um constrangimento público
Flávio Paes/Região News
05 de Dezembro de 2014 - 07:41
O vereador Mauricio Anache (SDD) autor do requerimento aprovado pela Câmara de convocação do prefeito Ari Basso e da secretária, Leila Couto, desistiu de cobrar explicações de ambos sobre a situação da saúde numa sessão pública que pode ser acompanhada pela população. Anache concordou em ouvir a secretária numa reunião fechada, apenas com a participação dos 13 vereadores, na próxima quarta-feira dia 10. Embora tenha aumentado de R$ 24 para R$ 31 milhões (valor suplementado) seu orçamento, a Saúde enfrenta dificuldades, com atraso de pagamentos e repasses como os da APAE (de R$ 36 mil por mês) e do hospital (R$ 150 mil mensais) que não recebem há pelo menos dois meses.
Anache admitiu que desistiu da convocação para não expor o prefeito e a secretária a um constrangimento público. Trazer aqui o prefeito e a secretária de Saúde para eles passarem vergonha na Câmara Municipal não é a minha finalidade. Sou duro com o Governo, mas crítica por crítica não vou fazer, o meu objetivo é ajudar a Saúde para 2015.
O vereador foi convencido a desistir da convocação do prefeito e da secretária numa reunião articulada pelo presidente da Câmara, Ilson Peres, com a participação da assessoria jurídica do Legislativo e uma representante da Secretaria. A secretária já tinha antecipado publicamente que não estava disposta a prestar depoimento na Câmara Municipal, porque temia ser massacrada por vereadores da oposição. Isto poderia provocar uma crise, já que o requerimento de convocação é impositivo.
A minha preocupação é como a Saúde em 2015 vai se comportar. Pelo que recebi de informação da Secretaria de Saúde vão faltar R$ 5 milhões para que a Saúde rode da maneira que ela precisa rodar. O que percebi nessa reunião (a que definiu a suspensão das oitivas) é que o prefeito não possui uma noção exata do que acontece na Saúde, nem a secretária, além do que os dados não estão batendo.
Tenho a impressão que não estão gastando nem os 15% que é obrigatório investir na Saúde. Por exemplo, o que é gasto com a CASSEMS, que é repassado aos funcionários não pode ser computado como gasto pela Saúde, explica o vereador.
O vereador levanta a suspeita de que a Prefeitura estaria computando como gasto na saúde os pagamentos que faz para a Cassems, plano de saúde dos servidores estaduais, que por meio de convênio também atende aos funcionários municipais mediante a contribuição de 7,5% do salário, complementados por mais 7,5% do município.




