Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Quinta, 25 de Abril de 2024

Política

Pensando em salvar mandato de Bernal, aliados operam por um revés político

Diante dessa possibilidade, os aliados já pensam numa reviravolta política caso o prefeito consiga os votos suficientes para impedir a punição.

Willams Araújo

13 de Janeiro de 2014 - 07:26

Pensando em salvar o mandato do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), vereadores e congressistas da base aliada apostam até em um revés político com vistas às eleições deste ano, quando estará em jogo à disputa pelos cargos majoritários (governador, vice se senador) e proporcionais (deputados federais e estaduais) em Mato Grosso do Sul.

O presidente do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), desembargador Joenildo de Sousa Chaves, deve anunciar esta semana a retomada do julgamento do progressista que foi suspenso no dia 26 de dezembro após decisão proferida durante o plantão forense.

Acusado de improbidade administrativa, Bernal atraiu novos aliados para a sua base na Câmara de Vereadores na tentativa de escapar da cassação, fato que, inclusive, já motiva alguns políticos que o ajudaram no segundo turno das eleições, como é o caso do senador Delcídio do Amaral, pré-candidato do PT ao governo do Estado, do deputado federal Vander Loubet (PT), entre outros.

Delcídio foi um dos principais cabos-eleitorais do progressista durante a segunda etapa da disputa ao lado do deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB), outro nome lembrado para concorrer à sucessão do governador André Puccinelli (PMDB) em outubro deste ano dependo das circunstâncias políticas.

Ainda distante de Bernal alegando não cumprimento de acordo político após as eleições municipais de 2012, Azambuja também estuda a possibilidade de concorrer ao Senado. Um dos mais entusiasmados com o fato de Bernal ter escapado da cassação no fim do ano passado é o ex-governador, hoje vereador por Campo Grande, Zeca do PT.

“Podemos dizer que ontem (dia 8/12) foi um dia histórico na política campo-grandense. Passamos todo o dia na luta contra o "golpe político", que é a tentativa dos que perderam a eleição de destituir o prefeito Alcides Bernal do cargo que lhe foi dado, soberanamente, pelo povo da Capital”, postou Zeca em sua página no Twitter, logo após a decisão judicial que suspendeu liminarmente a sessão na qual a Casa iria julgar parecer da Comissão Processante favorável a cassação do progressista. 

“Já vejo grandes avanços nesta luta porque, independentemente do resultado, percebemos que estamos consolidando um grupo político muito forte, que muitas alegrias ainda darão ao nosso povo”, comemorou Zeca, pré-candidato petista à Câmara Federal.

Diante dessa possibilidade, os aliados já pensam numa reviravolta política caso o prefeito consiga os votos suficientes para impedir a punição. Na prática, a maioria volta às atenções para o apoio que poderá ter durante a campanha eleitoral deste ano, contando principalmente com a estrutura da prefeitura para explorar o maior reduto eleitoral de Mato Grosso do Sul.

Eles entendem que livre das turbulências políticas que enfrenta desde que assumiu o comando da prefeitura, Bernal poderá ser útil no próximo pleito.

O próprio Delcídio acredita nessa possibilidade, até porque precisa enfraquecer a candidatura ex-prefeito Nelsinho Trad (PMDB), que ainda detém boa parte do eleitorado da Capital, onde o seu partido comandou por mais de duas décadas.

Tido como favorito, o senador petista sabe que não pode contar apenas com os votos do interior do Estado para sair vitorioso das urnas em outubro. Por isso, acredita na recuperação política de Bernal.

CÂMARA

Na própria Câmara de Vereadores há um forte interesse no próximo pleito, principalmente de olho na Assembleia Legislativa.

Pensam em concorrer ao cargo Paulo Siufi (PMDB), Vanderlei Cabeludo (PMDB), Mario Cesar (PMDB), Chiquinho Telles (PSD), Grazielle Machado (PR), Waldecy Chocolate (PP), Paulo Pedra (PDT), Airton Saraiva (DEM) e Edson Shimabukuru (PTB). De olho na Câmara dos Deputados estão Zeca do PT, Alceu Bueno (PSL), Elizeu Dionizio (SDD), Coringa (PSD), João Rocha (PSDB) e Carlão (PSB).