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Política

Peres isenta prefeito, nega boicote e diz que assessora não conseguiu encontrar Vilma para entregar convite de inauguração

Leituras políticas aparte, o fato é que as declarações de Vilma Felini foram interpretadas nos bastidores com certo indicio de distanciamento.

Flávio Paes/Região News

05 de Fevereiro de 2014 - 23:10

O presidente da Câmara Municipal, Ilson Peres, em resposta as queixas tornadas públicas pela vereadora Vilma Felini, que em postagem no seu Facebook se disse magoada com o prefeito Ari Basso por não ter sido convidada para participar da inauguração da Escola do Assentamento Eldorado, isentou o prefeito de responsabilidade no episódio.

Peres revela que o gabinete do prefeito enviou à Câmara convites individuais para os 13 vereadores, mas alguns deles, incluindo a sua colega tucana, não foram encontrados, nem seus assessores para receberem o convite. “A funcionária a quem deleguei a tarefa de entregar os convites, não conseguiu localizar todos, certamente por causa do recesso quando muita gente viajou”.  

Diante disso, Peres em nota oficial pediu “desculpas a todos os vereadores e vereadoras e ao prefeito pelo fato ocorrido”. Em contato com a reportagem do Região News, o presidente nega e descarta de forma enfática que tenha havido boicote contra quem quer seja.

Peres lembra que ontem de manhã, quando se dirigia para o assentamento, encontrou no centro da cidade o vereador Marcos Roberto (atualmente em franca oposição ao Governo) e reforçou o convite para que comparecesse a inauguração da escola, mas ele resolveu não aceitar.

A inusitada manifestação de Vilma Felini que por suas notórias ligações políticas com o prefeito, que teve no marido dela, o ex-prefeito Enelvo Felini, o principal inspirador e avalista da candidatura de Ari Basso na eleição suplementar, pode ter várias leituras. A mais simples é de que a vereadora exagerou na dose expondo publicamente uma crítica ao prefeito, quando poderia contornar a situação com um simples telefonema para ele, reconhecidamente uma pessoa acessível.

Outra interpretação, mais sofisticada, é que o gesto de Vilma revela certo incomodo de setores do PSDB com as recentes articulações políticas do Governo com vistas a recompor maioria no Legislativo. Primeiro veio o PDT, contemplado com a indicação do ex-vereador Antônio Galdino para comandar a Secretaria de Infraestrutura.

Agora há uma movimentação que pode resultar numa aproximação do SDD (Partido da Solidariedade), detentor de quatro vereadores na Câmara. O entendimento poderia resultar num enfraquecimento de setores de confiança de Enelvo e da própria Vilma, que transita por várias secretarias, inclusive algumas teoricamente da cota do PT.

Leituras políticas aparte, o fato é que as declarações de Vilma Felini foram interpretadas nos bastidores com certo indicio de distanciamento ou no mínimo, falta de dialogo entre a cúpula tucana. Ou seja, o ninho pode estar cheio de “águias, falcões, cobras e corujas”, principais predadores da tucanada, neste caso; salve-se quem puder.