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Política

Peso da máquina e desgaste de Daltro garantiram supremacia tucana na área urbana e rural

Os tucanos, de imediato, surfaram no desgaste da administração Daltro Fiuza que respingou na candidatura de Acelino Cristaldo.

Flávio Paes/Região News

11 de Março de 2013 - 09:51

Descontando-se os méritos pessoais do candidato, adotado pela elite econômica e empresarial da cidade, além dos tropeços de articulação política que fragilizaram a chapa adversária,  uma ampla combinação de fatores foi determinante para o PSDB ter aplicado uma sova eleitoral no PMDB, elegendo Ari Basso prefeito de Sidrolândia com uma dianteira de 3.419 votos. 

Os tucanos surfaram no desgaste da administração Daltro Fiuza que respingou na candidatura de Acelino Cristaldo. A principal pendência da gestão passada, explorada eleitoralmente a exaustão pelo PSDB, foi o atraso do salário de dezembro dos servidores. Os funcionários também  ficaram sem o atendimento da Cassems por falta de repasse das contribuições. A demissão de médicos especialistas logo após a eleição de outubro comprometeu ainda mais o atendimento na saúde. Várias frentes de obras estavam paradas e a manutenção da cidade praticamente ficou parada nos últimos meses de 2012. A Prefeitura não pagava o bolsa-universitária desde outubro.

Na gestão da Prefeitura, os tucanos fizeram da máquina administrativa uma ferramenta do projeto eleitoral do partido. Embora de direito o prefeito interino seja Ilson Peres, de fato quem está no comando da  gestão desde 1º de janeiro, é o ex-prefeito Enelvo Felini, que montou a equipe de Governo, supervisionou pessoalmente todas as ações desenvolvidas, além de reservar tempo para a coordenação da campanha. Coube a ele também a tarefa de coordenar a articulação que assegurou  a eleição de Peres para presidente da Câmara.  

Nesta interinidade na Prefeitura, o PSDB não hesitou em dar emprego a cabos eleitorais travestidos de dirigentes partidários, contemplar feudos familiares, além de turbinar os negócios de empresários amigos e patrocinadores de campanha, brindados com contratos (sem licitação) para fornecer produtos e serviços à Prefeitura. Potenciais aliados de Acelino foram cooptados, alguns, como o ex-vereador Jean Nazareth, nem precisaram subir no palanque "45".

Em dois meses de gestão, os tucanos não economizaram em cal e tinta para pintar meio-fio, escolas, postos de saúde, a estação rodoviária, podar árvores, flores e a grama dos canteiros das avenidas. Por coincidência, ou não, nenhum buraco (dos inúmeros que proliferam pelas principais ruas da cidade) foi tapado, numa forma de lembrar à população, serem heranças da administração do PMDB.

Só conseguiram receber da prefeitura fornecedores, empreiteiras, e empresas prestadores de serviço que se engajaram na campanha do 45. Os comissionados da época do Daltro que se mantiveram fiéis a orientação política do ex-prefeito ainda não viram a cor do salário de dezembro, muito menos da rescisão por terem sido exonerados.

Impressionante também foi o engajamento dos empresários (comerciantes, produtores rurais) na campanha de Ari Basso. Alguns se dispuseram e cederam gratuitamente, máquinas, equipamentos, além do combustível e dos funcionários, para o trabalho de limpeza da cidade. Ao que consta também se cotizaram para bancar metade do custo com a realização do Carnaval.

Esta participação empresarial na campanha foi intensificada na sexta-feira e no sábado que antecederam ao dia da eleição. Comerciantes, industriais, reuniram seus empregados, falaram da importância de votarem no candidato do PSDB. Num gesto de generosidade e compreensão com os colaboradores que ultrapassaram seus horários de expediente para ouvir a preleção eleitoral, muitos destes patrões brindaram os funcionários com R$ 100,00 de gratificação.