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Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Segunda, 29 de Dezembro de 2025

Política

Pesquisas indicam que em MS tendência é de a centro-direita levar as vagas ao Senado

Conservadores caminham para ser a maioria absoluta no plenário e na presidência da Casa de Leis a partir de 2027.

Correio do Estado

29 de Dezembro de 2025 - 09:47

Pesquisas indicam que em MS tendência é de a centro-direita levar as vagas ao Senado
Para os partidos de centro-direita assumirem a maioria no Senado só precisam eleger 16 senadores - Jefferson Rudy/Agência Senado

Pelas pesquisas de intenções de votos para o Senado em Mato Grosso do Sul e nas demais unidades da Federação, o plano dos partidos de centro-direita para dominar a Casa a partir de 2027 está cada vez mais próximo de ser concretizado.

Para tanto, basta os partidos de centro-direita elegerem no pleito do ano que vem 16 senadores, o que lhes garantiria a maioria absoluta no plenário e a presidência da Casa de Leis, abrindo caminho para ter em mãos poderes exclusivos do Senado, como o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Na eleição de 2022, a direita levou 14 das 27 cadeiras em disputa e, como os mandatos de senador são de oito anos, os eleitos há quatro anos seguem no posto até 2030. Portanto, para chegar aos 41 senadores – a maioria absoluta do Senado, que têm 81 membros –, essa vertente política terá de vencer 27 das 54 cadeiras disponíveis em 2026.

Como vai tentar a reeleição em 11 delas, precisará conquistar 16 que ainda não tem, mas onde estão essas vagas e qual é o caminho possível para chegar lá? Esse plano passa por ganhar as duas vagas ao Senado em todos os estados do Sul, do Sudeste e do Centro-Oeste, onde a direita já têm 5 das 22 cadeiras que estarão em jogo em 2026.

No Centro-Oeste, há oito vagas em disputa e, pelas últimas pesquisas, todas devem ser conquistadas pela direita. No caso de Mato Grosso do Sul, os mais cotados para abocanhar as vagas são o ex-governador Reinaldo Azambuja (PL), o senador Nelsinho Trad (PSD), o ex-deputado estadual Capitão Contar (PL) e a ministra de Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB).

Segundo o diretor do Instituto de Pesquisa Resultado (IPR), Aruaque Fressato Barbosa, as pesquisas mais recentes mostram uma tendência de que dois candidatos alinhados à centro-direita fiquem com as duas vagas ao Senado em Mato Grosso do Sul nas eleições de 2026, mais pela quantidade de candidatos que essa vertente política tem do que pelas opções oferecidas.

“Isso porque, dos quatro nomes de pré-candidatos postos até agora no Estado com chances reais de vitória, apenas o da ministra do Planejamento e Orçamento é ligado à esquerda. Então, é uma falta de opções de nomes de centro-esquerda para os eleitores sul-mato-grossenses desse posicionamento político votarem no próximo pleito”, analisou.

Na opinião dele, um dos dois eleitos ao Senado vai ser da direita, independentemente de quem seja, enquanto o segundo também tem grandes probabilidades de ser da direita.

“Porém, não é porque ele está na direita, mas é pela quantidade de candidatos que tem a direita. As opções da esquerda, por enquanto, estão muito reduzidas. E aí, realmente, para fazer dois senadores por Mato Grosso do Sul, terá muitas dificuldades”, pontuou.

Em nível nacional, conforme Aruaque Barbosa, as pesquisas mostram que o País é de direita e o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é um ponto fora da curva.

“O nosso estado ainda é mais à direita do que o resto do Brasil, entretanto, vem crescendo uma onda que fala que é de centro ou não tem preferência por direita ou esquerda. Por isso, se surgir um pré-candidato que consiga captar esse sentimento antipolarização, ou seja, de quem não quer votar nem em Lula nem em Bolsonaro ou alguém da família dele, ele pode ser eleito o próximo presidente”, projetou.

Para o cientista político Tércio Albuquerque, considerando as pesquisas mais recentes com relação aos pré-candidatos ao Senado em Mato Grosso do Sul, a tendência é de que as duas vagas sejam mesmo preenchidas pelos de centro-direita.

“O senador Nelsinho Trad, por incrível que pareça, já está aparecendo à frente de Reinaldo Azambuja praticamente em todos os cenários, quando, até o meio deste ano, Reinaldo era o primeiro colocado, aparecendo até como virtualmente eleito senador e ainda tendo a possibilidade de ser o mais votado no Estado”, recordou.

Neste momento, de acordo com Albuquerque, o quadro atual no Estado reflete o cenário político nacional, ou seja, há uma dificuldade dos partidos de esquerda e de centro-esquerda de definirem pré-candidaturas e já colocá-las com pré-candidatos definidos, melhor dizendo, já colocá-las para conhecimento do eleitor.

“Então, a gente vê o caso de Simone Tebet, que realmente é a representante do MDB e também do PT em Mato Grosso do Sul, mas, em função da indefinição quanto a qual estado vai disputar uma vaga ao Senado, acaba colaborando com esse cenário que está sendo colocado agora, de que os eleitores sul-mato-grossenses façam dois senadores de centro-direita”, assegurou.

Por isso, para Tércio Albuquerque, hoje é possível arriscar que as duas vagas ao Senado fiquem com Nelsinho Trad e Reinaldo Azambuja, enquanto Capitão Contar deve tomar o terceiro lugar de Simone Tebet.