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Política

PMDB tenta blindar ex-governador para evitar maior desgaste político em 2016

O alvo dos disparos é a obra do Aquário do Pantanal, investimento emblemático que custou aos cofres públicos mais de R$ 250 milhões

Conjuntura Online

09 de Fevereiro de 2015 - 07:16

O trunfo da bancada majoritária do PMDB na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul é blindar o ex-governador André Puccinelli de eventuais ataques para evitar maior desgaste político ainda do maior líder do partido, que encerrou o mandato acusado pelos adversários de ter deixado uma herança maldita, incluindo um cemitério de obras inacabadas e acertos financeiros para traz.

São críticas que vêm sendo feitas pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e por parlamentares tucanos desde que assumiram o controle do Estado. 

O alvo dos disparos é a obra do Aquário do Pantanal, investimento emblemático que custou aos cofres públicos mais de R$ 250 milhões, valor superior aos R$ 85 milhões do projeto inicial. 

Lembrado dentro do próprio partido para disputar à sucessão do prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP), ano que vem, André Puccinelli deu um passo à frente na luta para se livrar da fuzilaria dos adversários a partir da eleição do deputado estadual Junior Mochi como presidente da Mesa Diretora da Assembleia. 

Além de suas prerrogativas regimentais à frente da direção da Casa, Mochi tem o poder de evitar, por meio do diálogo, críticas ao correligionário ou então contra-atracar, se for o caso, o governo tucano. 

Essa estratégia, aliás, já foi usada por parlamentares peemedebistas na primeira sessão ordinária, ocorrida no último dia 3, depois da abertura da atual legislatura. 

Reinaldo Azambuja enfrentou a primeira prova de fogo no Plenário da Casa, onde deputados do PMDB e PSDB se confrontaram em discussão pela paternidade de projetos e de ações malsucedidas envolvendo o governo anterior. 

Em discurso na tribuna, o deputado Marquinhos Trad (PMDB) deu sinais de como será sua postura daqui para frente, cobrando algumas ações do Executivo mesmo antes do fim da ‘lua de mel’ de Reinaldo Azambuja, ou seja, de completar os 100 dias de governo.

Auxiliado por andrezistas, como Eduardo Rocha (PMDB), Marquinhos criticou a paralisação de obras e o fato de Reinaldo alegar falta de dinheiro em caixa para manter alguns investimentos e também criticou o congelamento no repasse do programa Vale Renda em R$ 170,00. 

Para analistas, embora a postura de Marquinhos tenha sido a mesma durante o governo de André Puccinelli, o discurso do peemedebista significou um recado ao atual governo sobre eventual “bateu, levou”, já que, vez ou outra, algum deputado tucano cutuca a administração de André Puccinelli. 

POPULARIDADE 

É certo que ninguém no PMDB esconde que o partido sofreu dois duros golpes políticos em eleições sucessivas, um com a derrota de Edson Giroto para prefeito de Campo Grande em 2012 e outra agora quando o ex-prefeito Nelsinho Trad perdeu a disputa para o governo, ficando em terceiro lugar atrás de Reinaldo e do senador Delcídio do Amaral (PT). 

No entanto, os peemedebistas gabam-se pelo fato de André Puccinelli ter deixado o cargo com sua popularidade em alta, o que seria o primeiro passo para o caminho de volta a prefeitura da Capital em 2016. 

Embora divulgada em novembro do ano passado, dois meses antes das denúncias contra o governo do PMDB, Pesquisa do IPEMS (Instituto de Pesquisas de Mato Grosso do Sul), entre os dias 06 e 07 de novembro, mostrou que a popularidade de André Puccinelli subiu após a campanha eleitoral e bateu recorde ao atingir 75,66% em Campo Grande. A desaprovação ficou em apenas 7,47% e a regular em 16,88%.

A leitura que se faz é que a campanha eleitoral, quando a administração do PMDB foi colocada a prova, não desgastou André Puccinelli, que conseguiu elevar seus índices de popularidade na Capital. 

Outro fator que anima os peemedebistas visando retomar a prefeitura que perdeu depois de uma hegemonia de mais de duas décadas, é a administração malsucedida da Capital, que passou pelo prefeito Alcides Bernal (PP), deposto, e Gilmar Olarte.