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Política

Políticos trocam festas por articulações para eleger presidente da Câmara que será prefeito

Como sete dos 13 futuros vereadores se elegeram no palanque de Enelvo, na teoria o PSDB (com 4 vereadores) tem mais chances de eleger o presidente.

Flávio Paes/Região News

31 de Dezembro de 2012 - 08:29

Políticos trocam festas por articulações para eleger presidente da Câmara que será prefeito

Desde quinta-feira passada, quando o Tribunal Regional Eleitoral, 16 dias depois de o ex-prefeito Enelvo Felini ter sido cassado pelo TSE, com a confirmação de que Sidrolândia terá eleição suplementar para prefeito, boa parte dos políticos da cidade está deixando em segundo plano os preparativos para as festas da virada do ano.

Estão se dedicando em tempo integral às conversações para definir estratégias, arregimentar forças, tendo como alvo garantir a vitória de um aliado na presidência da Câmara Municipal. Nesse cenário, não há fronteiras nas conversas entre aliados e adversários na disputa de outubro.

A Presidência do Legislativo ganhou densidade política ainda maior porque o seu ocupante por pelo menos três meses vai comandar a Prefeitura até a posse do prefeito a ser eleito em 03 de março. PMDB e PSDB, que polarizaram a disputa pela prefeitura em outubro, agora travam uma batalha de bastidores pelo direito de fazer campanha tendo um vereador aliado no comando da prefeitura.

Como sete dos 13 futuros vereadores se elegeram no palanque de Enelvo, na teoria o PSDB (com 4 vereadores) tem mais chances de eleger o presidente e por conseqüência, ir para a nova disputa eleitoral com o controle da máquina administrativa municipal. É uma estrutura importante, que tem como atrativos, a prerrogativa de nomear 10 secretários e 198 funcionários para cargos em comissão, instrumento sedutor para atrair potenciais aliados, sem contar o gerenciamento de um orçamento mensal de R$ 7 milhões.

Faz-se a ressalva sobre o favoritismo, teórico, do PSDB, na briga pelo comando do Legislativo, tendo como referência a última eleição da Mesa Diretora, em 2010, quando, contra todos prognósticos, Jean Nazareth (único representante do PT na casa), venceu a disputa contra a vereadora Roberta Stefanello. Ela tinha o apoio do prefeito Daltro Fiuza, que tem na sua base política, 7 dos 9 vereadores, inclusive o próprio Jean, que teve o apoio do PDT e da oposição (os tucanos Ilson Peres e Di Cezar).

Não se deve levar muito a sério, como verdade absoluta, está estratégia do ex-prefeito Enelvo Felini de fazer publicar declarações dos sete vereadores que se elegeram na sua coligação, com juras de fidelidade a um fictício G-7, produza registros fotográficos em que aparecem abraçados, como se fizessem parte de um grupo inexpugnável, imune a rachas. Este ritual cenográfico faz parte do esforço para tentar demonstrar força política.

Na eleição da Mesa Diretora, os 13 vereadores eleitos vão decidir rigorosamente conforme suas conveniências, se integrando ao grupo que mais se ajuste aos seus projetos políticos pessoais. Tanto assim, que o vereador Ilson Peres do PSDB, apontado como nome do G-7 para ser o presidente, enfrenta resistência dentro do próprio grupo.

A vereadora eleita Vilma Felini (por razões óbvias é o nome que melhor atenderia aos interesses do ex-prefeito) não a escondeu sua pretensão de ocupar o cargo (provavelmente estimulada pelo marido). O petista Edivaldo dos Santos, não tem fechado às portas para conversar com todos os protagonistas destas negociações de bastidores.

Se houver algum projeto em que ele seja encaixado como presidente e o seu colega da futura bancada, Sérgio Bolzan, Vadinho com certeza vai embarcar. No front oposto, PMDB, PDT e PR, estão trabalhando febrilmente. O vereador David Moura de Olindo, que almeja a presidência, não está dormindo em berço esplêndido. Ou seja, o jogo está longe de um desfecho. É possível que só se defina aos 90 minutos do segundo tempo. Façam suas apostas...