PTB ainda não chegou a consenso sobre apoio para salvar Bernal

O PTB ainda não chegou a um consenso sobre a ideia de salvar o mandato do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), ameaçado de perder o cargo sob acusação de improbidade administrativa.

Para integrar a base aliada do prefeito na Câmara de Vereadores, o PTB foi contemplado foi a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), depois de entendimentos mantidos entre os presidentes dos diretórios regional e municipal, Ivan Louzada, e Edson Shimabukuro, o May Bode, com o secretário municipal de Governo, Pedro Chaves.

Apesar disso, o comando partidário não ‘fechou questão’ em torno da ideia, ou seja, não houve deliberação em relação a esse tema.  É que alguns membros do partido alegam que não foram consultados. “O PTB não fez nenhuma reunião para tirar apoio ao prefeito”, contou o secretário-geral da executiva regional do partido, ex-deputado estadual Walter Carneiro, ao ser procurado pela reportagem para falar sobre o assunto.

Na entrevista, Carneiro lembra que o PTB tem compromisso com o governador André Puccinelli (PMDB) e, recentemente, encaminhou conversações com o ex-prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad, pré-candidato do PMDB ao governo do Estado.

Pelo acordo, que só terá validade após a convenção que homologará as candidaturas e alianças partidárias, o PTB lançaria chapa puro chague na disputa pelos cargos da Assembleia Legislativa com apoio de Nelsinho.

Ocorre que o partido indicou o engenheiro Jean Saliba, ex-presidente do Crea-MS (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso do Sul) para o comando da Agetran.

Particularmente, o comando regional petebista alega que a indicação foi feita pessoalmente por Edson Shimabukuro, ao mesmo tempo em que cobra maior participação do partido na Agetran. 

Apesar de alegar que deixou a decisão de integrar a base do prefeito na Câmara de Vereadores a critério do comando municipal, Louzada disse que o interesse é que o partido assuma a Agetran com “porteira fechada”.

“O Bernal ainda não recebeu o Jean (Saliba)”, disse Louzada, que pleiteia outros cargos na pasta, além dos três prometidos por Bernal, que já esteve em sua residência duas vezes em busca do apoio do PTB.

Na prática, o dirigente petebista gostaria de ocupar mais espaços na pasta para acomodar os correligionários e não apenas o cargo comissionado de diretor.

ÀS PRESSAS

Na verdade, o PTB teve de filiar Jean Saliba às pressas para acomodá-lo na prefeitura da Capital, já que o engenheiro não pertencia aos quadros da legenda.

“Ele se filiou agora”, atestou Louzada, justificando que o PTB não dispõe hoje de nomes com esse perfil para ocupar a pasta. “Nós não temos ninguém”, emendou.

Incluindo Edson Shimabukuro, Bernal garante ter apoio de 11 vereadores a partir da adesão de Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB). Para que haja cassação serão necessários dois terços dos votos, ou seja, 20 dos 29 vereadores da Capital.