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Política

Puxão de orelhas do comando do PT sobre alianças irrita Delcídio

Em sua interferência, Duarte se opôs ao fato de o correligionário ter dito que Giroto seria um excelente nome para ser candidato a vice-governador em sua chapa.

Willams Araújo

30 de Janeiro de 2014 - 13:10

A determinação do presidente regional do PT, prefeito de Corumbá, Paulo Duarte, de que a  escolha do candidato a vice-governador terá de ser submetida à apreciação do partido irritou o senador Delcídio do Amaral, pré-candidato ao governo de Mato Grosso do Sul.

Há dias, em entrevista à imprensa, o dirigente petista desautorizou Delcídio a escolher pessoalmente o seu companheiro de palanque, em referência ao convite feito pelo senador ao deputado federal Edson Giroto (PR). 

“Conversar, pooode!!!! Escolher, não pooode!!!! Tenha Santa Paciência! Passa mais taaaarde!!!! Deixa eu vazar!!!!”, reagiu Delcídio, por meio de postagem feita na última segunda-feira (27), em seu perfil no microblog Twitter.

Em sua interferência, Duarte se opôs ao fato de o correligionário ter dito que Giroto seria um excelente nome para ser candidato a vice-governador em sua chapa.

Além do presidente do PT, outros petistas não gostaram da conversa de Delcídio pelo fato de Giroto ser secretário de Obras do governador André Puccinelli (PMDB), principal adversário do partido em Mato Grosso do Sul.

“Não vejo problema nenhum. Todo mundo sabe da relação do Giroto com o governador, mas é bom lembrar que o Giroto é do PR. Essa é só mais uma polêmica que vamos enfrentar até a eleição”, disse Duarte, em entrevista na Capital.

Apesar de considerar natural o diálogo com lideranças de outros partidos, inclusive com os adversários peemedebistas, o dirigente petista lembrou pacto feito entre o diretório regional, o senador e parlamentares, durante reunião no fim do ano passado, na qual ficou previamente estabelecido que a homologação das alianças deva ser avalizada pela executiva.

ÁGUA E ÓLEO

Na verdade, apesar de aliados no plano nacional, PT e PMDB são como água e óleo em Mato Grosso do Sul, ou seja, não se misturam devido à rivalidade histórica que envolve as principais lideranças dos dois grupos políticos.

O desejo do PT era poder contar com um peemedebista concorrendo à vice na chapa a ser encabeçada por Delcídio. Ao mesmo tempo em que a ideia agrada ao presidente da Assembleia Legislativa, Jerson Domingos (PMDB), desagrada ao ex-governador e vereador de Campo Grande, Zeca do PT.

Ainda assim, há uma forte articulação nos bastidores favorável a união de forças em torno da sucessão do governador André Puccinelli, que deu um passo à frente a caminho do acordo ao declarar apoio ao projeto de reeleição da presidente Dilma Rousseff.

Principal articulador político do PMDB no Estado, o governador está disposto até a pedir licença dos quadros do partido, caso seus correligionários não avalizem a ideia.

O problema maior para encaminhar uma eventual coligação com os adversários, como desejam as principais lideranças nacionais, reside na proposta de o PMDB ter candidato próprio ao governo estadual, já que o nome do ex-prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad, foi indicado, ainda que extraoficialmente, com anuência do diretório regional.