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Política

Sem PMDB no palanque, PT tenta atrair aliados fortes em 2014

Particularmente, o ex-governador Zeca do PT, hoje vereador em Campo Grande, nota a dificuldade na união com os adversários históricos.

Willams Araújo

08 de Outubro de 2013 - 07:19

Possivelmente sem a presença do PMDB no palanque, o comando regional do PT tenta atrair outros fortes aliados visando fazer o sucessor do governador André Puccinelli (PMDB) em 2014. Como as articulações em torno de uma aliança com os peemedebistas enfrentam fortes resistências nos dois grupos políticos, o jeito é continuar trabalhando a fim de fechar uma chapa majoritária e competitiva.

Da mesma forma, as principais lideranças petistas não acreditam em aliança com o PSDB do deputado federal Reinaldo Azambuja por causa da candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência da República.

Nem mesmo a interferência do ministro Aloízio Mercadante (Educação), que veio a Campo Grande na última sexta-feira com a missão de aparar as arestas e selar o acordo PT-PMDB, foi possível o entendimento, ao menos por enquanto. Particularmente, o ex-governador Zeca do PT, hoje vereador em Campo Grande, nota a dificuldade na união com os adversários históricos.

“Se ele veio com essa ideia, caiu do cavalo. O PT não pode cometer esse suicídio que seria se aliar ao PMDB ou ao PSDB. Tenho absoluta convicção que o nosso partido não precisa desse tipo de aliança para o Delcídio vencer. O povo não quer, e se fizermos isso corremos o risco de perder as eleições”, avalia Zeca, referindo-se à intromissão do ministro na política local a mando da presidente Dilma Rousseff, que vê como importante repetir nos estados a união nacional.

Apesar de empolgado pelo resultado positivo das últimas pesquisas de intenções de voto, que o coloca na liderança, o pré-candidato do PT ao governo estadual, senador Delcídio do Amaral, vê os governistas com maiores chances de  fechar a chapa majoritária com a participação do PR, PSB, PTdoB, PSL e Solidariedade, legenda recém criada no Estado pelas mãos de André Puccinelli.

Isso sem contar o PDT, que ainda não se definiu sobre quem apoiar na campanha eleitoral do ano que vem. Além das propostas apresentadas pelo petista, a cúpula regional brizolista já ouviu o pré-candidato do PMDB ao governo estadual, ex-prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad.

Em desvantagem numérica a um ano das eleições, Nelsinho começou a mexer o tabuleiro de xadrez visando atrair para seu palanque lideranças políticas de maior peso eleitoral. Ele já conversou com dirigentes de vários partidos, entre os quais, do PTdoB, do PDT e do PSB com objetivo de fortalecer a sua candidatura ao Parque dos Poderes.

Principal expoente do PTdoB no Estado, a deputada estadual Mara Caseiro vê com bons olhos a ideia de apoiar o candidato do PMDB governo. Em conversa com Nelsinho na semana passada, Mara destacou a sua experiência política e administrativa, que além de ter sido prefeito de Campo Grande por dois mandatos, foi vereador, presidente da Câmara e deputado estadual.

“Aqui na Capital, ele tem serviços prestados para apresentar à população. No interior, ele representa a novidade”, avaliou.

GRANDE TACADA

Principal articulador político do PMDB em Mato Grosso do Sul, André Puccinelli deu a grande tacada ao manter a boa relação com o prefeito de Dourados, Murilo Zauith, presidente regional do PSB, legenda que abriu espaço para acomodar assessores do governo que pretendem concorrer a cargos eletivos no ano que vem.

Para analistas, a filiação do diretor-presidente da Sanesul, José Carlos Barbosa, o Barbosinha (ex-DEM), e da secretária de Produção, Tereza Cristina Corrêa da Costa (ex-PSDB), demonstra a pré-disposição dos socialistas em caminharem juntos com Nelsinho em 2014.

Fortalecido com a filiação da ex-ministra Marina Silva, o PSB do governador Eduardo Campos (PE) se configura hoje como um dos principais partidos de oposição ao governo Dilma. Em Mato Grosso do Sul, Murilo começou a reforçar a estrutura de campanha do presidenciável, atraindo filiados de peso.

Outra grande prova de manutenção de aliança no Estado foi o fato de o deputado federal licenciado e secretário de Obras Públicas, Edson Giroto, retornar ao PR, liderado pelo deputado estadual Londres Machado.

No último sábado, o PMDB retomou, pelo município de Rio Brilhante, a série de encontros regionais que havia sido adiada por conta das manifestações populares no Estado.