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Política

Sindicalistas de Dourados e força sindical estão indignados com a violência ocorrida em Anápolis

Os suspeitos do crime, segundo a polícia, são Carlos Albino de Rezende Junior, líder sindical de Catalão, que queria a todo custo eleger à presidência do sindicato

Wilson de Aquino

05 de Setembro de 2012 - 13:22

Sindicalistas de Mato Grosso do Sul estão indignados com a morte, hoje pela manhã, do sindicalista Nivaldo Ferreira de Souza, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Anápolis – GO. Ele estava internado desde o dia 21 de agosto, quando sofreu um atentado a caminho da escola para onde levava seus dois filhos. Levou 4 tiros, provavelmente devido aos conflitos de interesse no processo eleitoral da entidade.

Os suspeitos do crime, segundo a polícia, são Carlos Albino de Rezende Junior, líder sindical de Catalão, que queria a todo custo eleger à presidência do sindicato,  Reginaldo José Faria, um desempregado da cidade da Anápolis, à presidência do sindicato. Reginaldo chegou a invadir a sede do sindicato para subtrair documentos da entidade.

O crime foi gravado por câmeras internas da entidade e entregues ao Ministério Público. Ele e os diretores do sindicato dos metalúrgicos de São Paulo, conhecidos como Pereirão e Edson, também acusados de envolvimento na trama para tirar o sindicato de Nivaldo, serão ouvidos pela polícia.

De acordo com informações de Davi de Pinho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Mato Grosso do Sul, e de Luiz Pereira dos Santos, do sindicato dos metalúrgicos de Dourados, o problema em Anápolis tinha chegado a conhecimento de todos e no dia 22 de março, os sindicatos e a federação dos metalúrgicos da região Centro-Oeste se reuniram em Cuiabá para tratar do assunto.

Desse encontro saiu a “Carta de Cuiabá”, onde todos demonstram sua indignação com as atitudes antisindicais de Carlos Albino de Rezende Junior, sindicalista de Catalão, que vinha procurando intervir a todo custo no processo eleitoral de Anápolis. Na carta, encaminhada ao Ministério Público à época, a federação e sindicatos da região Centro-Oeste acusam Carlos Albino de agir com o apoio de Pereirão e Edson, para tentar eleger a todo custo o desempregado Reginaldo José Farias.

Segundo a polícia de Anápolis, todos eles serão investigados como suspeitos da tentativa de assassinato que resultou na morte do sindicalista Nivaldo Ferreira de Souza. “Não podemos conceber atos de violência dessa natureza no movimento sindical”, afirmou há pouco o sindicalista de Dourados, Luiz Pereira dos Santos. Ele espera que a polícia chegue logo aos culpados, para que sejam exemplarmente punidos e se faça justiça.

“Lamentamos também a perda de um pai de família exemplar, que deixa precocemente desamparada sua família”, comentou Davi de Pinho, do Sindicato dos Metalúrgicos de Mato Grosso do Sul. A diretoria da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos também lamentou o atentado e morte do sindicalista Nivaldo Ferreira de Souza.

“Condenamos veementemente a violência e esperamos que o fato seja apurado rapidamente, com a condenação dos autores do atentado e morte do companheiro”, afirmou. A Força Sindical Regional Mato Grosso do Sul também lamentou a morte do sindicalista e condenou a violência em qualquer disputa eleitoral.

“Vivemos numa democracia. É inconcebível ações dessa natureza. Se o atentado e morte do companheiro estiver de fato ligado à disputa eleitoral de seu sindicato, temos que condenar veementemente esse tipo de atitude e esperar que a justiça coloque os culpados, todos eles, atrás das grades”, comentou Idelmar da Mota Lima, presidente da central regional.