Vander Loubet anuncia saída do PT da base do governo Riedel após apoio a Bolsonaro

O presidente estadual do PT, deputado federal Vander Loubet, anunciou nesta semana o rompimento oficial do partido com o governo de Eduardo Riedel (PSDB), após o governador criticar a decisão judicial que decretou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A manifestação pública de Riedel foi o estopim para a saída dos petistas, que já vinham divergindo pontualmente da gestão estadual.

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Segundo Vander, a declaração pró-Bolsonaro rompeu qualquer possibilidade de convivência programática e ideológica. “Entramos no governo pela porta da frente, que é também a porta de saída quando as diferenças dentro da mesma casa se tornam inconciliáveis”, afirmou, em nota divulgada por sua assessoria.

O PT ocupava cerca de 25 cargos no Executivo estadual, entre eles o comando da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) e da Secretaria Executiva de Agricultura Familiar e dos Povos Originários. Agora, com o rompimento, os petistas devem deixar esses espaços no governo.

Loubet lembrou que a aliança com Riedel foi firmada no segundo turno das eleições de 2022, com base na expectativa de que o tucano representasse uma centro-direita "arejada, sensata e democrática". No entanto, ele apontou que a nota conjunta de apoio a Bolsonaro, assinada por Riedel e pelo ex-governador Reinaldo Azambuja, rompeu esse entendimento.

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O dirigente afirmou ainda que já discutiu a decisão com os deputados estaduais Pedro Kemp e José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT. O grupo, agora, foca na reorganização para 2026. Loubet citou articulações com o PDT do vereador Marcos Trad, e também com o ex-deputado federal Fábio Trad, atualmente sem partido, mas visto como nome forte para disputar o governo do Estado. Outros nomes cotados para alianças futuras incluem o ex-prefeito Paulo Duarte (PSB) e a ministra Simone Tebet (MDB), hoje integrante do governo Lula.

“Demos ao governo a nossa contribuição, especialmente no fomento à agricultura familiar. Até em Campo Grande, uma gestão de direita, o governo Lula está presente, com 95% dos investimentos atuais”, afirmou Vander.

Na Assembleia Legislativa, o deputado Pedro Kemp e a deputada Gleice Jane já reconheciam a saída como inevitável. Inicialmente, o grupo esperava formalizar a decisão após a posse da nova direção partidária em setembro, mas o apoio a Bolsonaro antecipou o processo. “Acho que da semana que vem não passa”, disse Kemp.

Já Paulo Duarte, antes mesmo da nota de Loubet, declarou que pretende permanecer na base governista. “Minha prioridade é estar em um partido alinhado com a reeleição de Riedel. Dificilmente entro em debates sobre questões nacionais”, afirmou.

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A saída do PT ocorre enquanto o governador Eduardo Riedel cumpre agenda internacional na Ásia, em missão voltada à busca por novos mercados para exportação de produtos sul-mato-grossenses. A declaração de apoio a Bolsonaro foi publicada na terça-feira (5), já durante sua viagem, com retorno previsto para o dia 16.