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Política

Zeca crítica estratégia de alianças montada por Delcídio e acusa Murilo e Simone de traição

Zeca, atribuiu a derrota petista no embate pelo governo do Estado a uma sucessão de erros decorrentes deste processo de aliança construído nos últimos quatro anos.

Flávio Paes/Região News

02 de Novembro de 2014 - 23:01

A julgar pela contundente entrevista que concedeu ao site Dopovonline, antes de embarcar para São Paulo, onde segundo ele passaria o final de semana com o ex-presidente Lula, o deputado federal eleito Zeca do PT não vai esperar nem tomar posse no Congresso Nacional para assumir o protagonismo do PT em Mato Grosso do Sul. Zeca  pelo visto tem pressa de enterrar de vez o estilo light de condução partidária imprimido pelo senador Delcídio do Amaral, que desde 2010, quando se reelegeu com o apoio de amplos setores do PMDB, estabeleceu uma política de entendimento e aliança branca com praticamente toda a classe política ao ponto de se apresentar “como o senador de todos”, que pretendia se transformar no “governador de todos” caso vencesse a eleição.

Zeca, embora não tenha criticado diretamente o principal formulador desta estratégia de conciliação, o senador Delcidio, atribuiu a derrota petista no embate pelo governo do Estado a uma sucessão de erros decorrentes deste processo de aliança construído nos últimos quatro anos. Para o ex-governador, alguns supostos aliados como o senador Waldemir Moka (que é seu primo de primeiro grau), a senadora eleitora Simone Tebet,  os prefeitos de Dourados (Murilo Zauit); Nova Andradina (Roberto Hashioka) e de Três Lagoas (Marcia Moura), que estariam no projeto para fazer Delcidio governador, acabaram fazendo campanha para Reinaldo e até  patrocinando (caso específico de Murilo) o candidato do PSDB.

Na opinião de Zeca em nome do projeto de fazer Delcidio governador, a cúpula petista impôs uma série de derrotas ao partido em alguns dos principais colégios eleitorais do Estado. “A gente entendia que isto era compreensível porque, supostamente, estaria somando para o  time”.

Como parte desta estratégia, o PT não disputou a Prefeitura de Dourados, ajudou na eleição do Murilo Zauith, na perspectiva de que ele seria aliado do Delcídio. “O que se e sabe hoje, é que ele foi um dos financiadores da campanha do Reinaldo lá em Dourados, ele e o time dele”, relata.

O mesmo teria ocorrido em Ponta Porã. “La nós derrotamos o PT na perspectiva de que nesse projeto nós íamos ter o Kayat (ex-prefeito Flávio Kayat), acabamos com o PT, o Kayat nos traiu. Nós derrotamos o PT de Nova Andradina na perspectiva de ter o Roberto Hashioka e o ex- prefeito Gilberto, apoiando o projeto. Eles  também, nos traíram . Arrebentamos com o PT de Três Lagoas, na perspectiva de que a Simone, e depois a prefeita Márcia Moura estariam no projeto do PT, e ambas também nos traíram.  Em 2010, setores do PT apoiaram a candidatura ao Senado do Moka, em detrimento da candidatura do Dagoberto Nogueira (que disputou pelo PDT), pensando que o Moka poderia retribuir isso em 2014, e o Moka foi um dos principais articuladores da campanha do Reinaldo Azambuja”, desabafa Zeca.

“E agora, inclusive para eleger Simone, o PT se submeteu a essa mesma lógica. Simone se elege no primeiro turno e no segundo turno se transformou  não  em  cabo eleitoral, mais uma general na articulação do fortalecimento da candidatura do Reinaldo Azambuja”, finaliza.