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Saúde

Número de casos de dengue passa de 1 milhão em 2022

O aumento é de quase 200% em relação a 2021. A doença matou 504 pessoas no país e outras 364 mortes estão em investigação.

G1

17 de Junho de 2022 - 08:41

Número de casos de dengue passa de 1 milhão em 2022
Foto: Divulgação

O Brasil já registrou mais de 1 milhão de casos de dengue em 2022. A secretária administrativa Nathália Capra Ribeiro pegou dengue pela primeira vez em 2022. Por isso, ela e o marido estão sempre de olho em lugares que possam ter focos do mosquito aedes aegypti, transmissor da doença. Para isso, usam até um drone.

“A gente tem medo de pegar de novo, porque a gente vê os mosquitos voando. Existe um foco grande que a gente já presenciou. No meu caso, foi só uma semana. Mas no caso de quem acaba pegando uma (dengue) hemorrágica e acaba até não sobrevivendo?", questiona Nathália.

O Brasil registrou mais de 1,1 milhão de casos prováveis de dengue este ano. Aumento de quase 200% em relação a 2021. A doença matou 504 pessoas no país e outras 364 mortes estão em investigação.

“Este ano, nós temos vivenciado nos hospitais esses casos mais graves. É uma virose que ela pode ser grave. Nós não temos um antiviral para tratarmos o paciente. Então, nós devemos não ter os casos”, diz Christiane Kobal, presidente da Sociedade Goiana de Infectologia.

Mas, em plena estiagem, o Centro-Oeste ainda registra a maior incidência da doença. Brasília tem mais de 51 mil casos. Em Goiânia, eles passam de 41 mil.

“Mesmo sem chuva, a gente continua tendo transmissão. O mosquito entra dentro de casa e acaba descobrindo um lugar que acumula água. A gente vai pela orientação. Quando a orientação não funciona, a gente tem que usar essas outras ferramentas de punição para ver se a pessoa muda o comportamento”, explica Flúvia Amorim, superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás.

Em Goiânia, quem não cuida paga multa - que pode chegar a R$ 26 mil. Os bombeiros identificam os locais com acúmulo de lixo e água parada com o uso de drones. Depois, a visita é feita pelos fiscais da saúde, Guarda Civil e até um chaveiro.

A prefeitura tem autorização da Justiça para entrar nos imóveis abandonados. E onde não tem morador é grande o risco de proliferação do mosquito da dengue. A água que cai do ar condicionado está empoçada e se tornou um grande criadouro do mosquito. Só que o problema era no comércio do prédio vizinho, que foi notificado pelos fiscais.

“Estou providenciando para a pessoa vir e tirar esse vazamento lá, que está incorreto, para não está acontecendo esse tipo de coisa. A gente não quer atrapalhar a gente e nem os vizinhos pegarmos essa doença”, diz o comerciante William Wilker.

No último mês, a prefeitura multou mais de 2 mil donos de imóveis porque não acabaram com os focos do aedes aegypti.

“É inadmissível! A gente perdendo a guerra para um mosquito simplesmente por uma falta de cuidado. É uma falta de higiene. É uma falta de pelo menos uma vez por semana ter esse cuidado e preservar a sua saúde e preservar a sua família”, afirma Jadson Moreira Lima, gerente de fiscalização de vigilância e zoonoses de Goiânia.