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SIDROLÂNDIA- MS

Após safra recorde em 2019, produção de urucum em Sidrolândia quase desaparece

Da semente do urucum é extraída uma substância chamada bixina, que é usada como colorifico e corante nas indústrias alimentícias.

Redação/ Regiao News

28 de Maio de 2023 - 18:31

Após safra recorde em 2019, produção de urucum em Sidrolândia quase desaparece
Produtora Rural Marlene Biel. Foto: Arquivo RN

Após colher há 4 anos mais de 25 toneladas da cultura que é matéria prima da indústria coméstica, têxtil e servir de condimento, Sidrolândia terá neste ano uma produção irrisória. Segundo a assentada Marlene Biel, coordenadora do grupo de produção regional, mais de 70% das árvores em idade de produção tiveram de ser erradicadas porque secaram em decorrência de fatores climáticos.

Neste ano não tem urucum para colher nos 3,5 hectares onde chegou a ter 1.200 pés que lhe poderia render um faturamento bruto de R$ 104 mil com a venda de 8 toneladas para a Urucum Brasil, empresa sediada em Monte Castelo (município do interior de São Paulo) que sempre compra toda a produção.

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O quilo do urucum está cotado atualmente a R$ 13,00. Dona Marlene planeja replantar no final do ano sua lavoura de urucum que só em 2025 vai estar no ponto de produção. A área plantada no município caiu de 100 para menos de 20 hectares. Há 4 anos, em 2019, a produção de Sidrolândia mais que dobrou (de 12 para 25 toneladas) em relação a de 2018, mas o excesso de oferta no mercado (só uma fazenda em São Paulo tem um milhão de pés cultivados) reduziu de R$ 6,00 para R$ 3,00 por quilo, o valor de mercado.

Toda a produção será destinada à exportação, para os Estados Unidos, Costa do Marfim e Dinamarca, sede de uma das maiores indústrias de cosméticos do mundo, a Christian House.

Para que  serve o urucum?

Da semente do urucum é extraída uma substância chamada bixina, que é usada como colorifico e corante nas indústrias alimentícias, farmacêuticas, têxteis, de cosméticos e de perfumarias. A demanda por esses produtos no mercado está em alta desde que a Organização Mundial de Saúde (OMS) propôs o uso limitado de corantes sintéticos, principalmente nos alimentos, para evitar eventuais ações cancerígenas.

“Com um hectare é possível produzir 2,5 toneladas e faturar até R$ 14 mil por safra, além de ser uma cultura que não dá muito trabalho, pois é resistente ao solo, ao clima e não tem muitas doenças”, comenta, dona Marlene. Além da correção do solo com calcário, é necessário fazer três aplicações anuais de adubação, na proporção de 0,50 gramas por aplicação em cada planta. No primeiro ano começa a produção, com produtividade entre 500 gramas e 1 kg, podendo chegar a 7 quilos em cinco anos.