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SIDROLÂNDIA- MS

Citricultura abre oportunidades de emprego em Dois Irmãos do Buriti

Ela é administradora de uma propriedade rural de citricultura, atividade que está em plena ascensão com a perspectiva de investimentos.

Dourados News

10 de Março de 2025 - 13:46

Citricultura abre oportunidades de emprego em Dois Irmãos do Buriti
Propriedade rural de citricultura. Foto: Divulgação

Ana Paula do Nascimento acorda às 5 horas da manhã, arruma as crianças para escola e já segue para o barracão. Lá começa a organizar as vendas da laranja e as tarefas do dia na fazenda Pouso Alegre, em Dois Irmãos do Buriti. A partir das 7 horas inicia o processo de colheita. Ela é administradora de uma propriedade rural de citricultura, atividade que está em plena ascensão com a perspectiva de investimentos de grandes  tradings do segmento .

Citricultura abre oportunidades de emprego em Dois Irmãos do Buriti
Ana Paula do Nascimento. Foto: Divulgação

A frente de um grupo de funcionários e diaristas que ajudam na colheita, Ana Paula tem o grande desafio de comandar uma produção que abastece o comércio de cidades vizinhas e chegam até Dourados e Campo Grande. As laranjas inclusive já viajaram para São Paulo e Paraná.

“É um desafio muito grande ser uma mulher à frente da fazenda, na função de administradora, mas aqui o meu trabalho é valorizado, os funcionários e diaristas me respeitam muito. Para chegar aqui não foi fácil, principalmente por ser mulher na área rural, mas nunca senti preconceito”.

Nascida em Naviraí, Ana Paula trabalhou em outros setores como frigoríficos e granjas, até que depois de uma separação foi morar em Dois Irmãos do Buriti. Conheceu seu marido, formou uma filha, trabalhou como empregada doméstica até chegar na produção de laranja.

Citricultura abre oportunidades de emprego em Dois Irmãos do Buriti

 “Em 2018 cheguei aqui na fazenda com meu marido e no começo era diarista, fazia de tudo um pouco. Desbotava, fazia parte da colheita e carpia por baixo da árvore, para fazer a saia da laranja. Depois aprendi a passar os produtos e todo processo, até que ganhei a grande responsabilidade de administrar a fazenda”.

Além de cuidar de toda produção, hoje ela faz os contatos com os compradores (laranja) e esta a frente de todo processo até a fruta chegar ao comércio. Na produção ainda trabalha com o pai, dois filhos e marido. “Trabalho com minha família. É muito gratificante e maravilhoso acompanhar o processo da laranja desde o início, até a entrega das laranjas. Chegar ao final do dia cansado, mas a noite ter aquela sensação de dever cumprido”.

Diante de um cenário de crescimento da produção (laranja) no Estado, Ana Paula pretende continuar no setor e espera que a chegada das novas empresas possa só melhorar e abrir novas oportunidades a todos, mesmo com o temor com a chegada de mais concorrência.

Citricultura abre oportunidades de emprego em Dois Irmãos do Buriti

“Me sinto muito honrada pelo meu trabalho, gosto deste ramo e não pretendo abandonar. A produção de laranja está crescendo no Estado e muitas empresas de fora estão chegando. Não posso negar que ficamos com um pouco de receio, mas acredito que tem espaço para todos. Mato Grosso do Sul é um excelente lugar para quem quer vir plantar”, avalia.

Nascido e criado em Dois Irmãos do Buriti, Adriano dos Santos Silva trabalha há sete anos na produção de laranja. Ele é responsável por organizar a aplicação de defensivas  agrícolas na produção e cuidar da limpeza do pomar. “Gosto de estar no campo, do contato com a natureza. É muito mais tranquilo para trabalhar, melhor no campo, do que em lugar fechado”.

Antes de chegar na citricultura, ele trabalhou em granjas e no plantio de banana e abacaxi. “Me falaram que estava precisando de gente na produção (laranja), abracei a chance e não sai mais. Quero continuar trabalhando no ramo até ficar velhinho, se Deus quiser”.

Animado e confiante por produzir “laranja de primeira qualidade”, Adriano explica que na produção é preciso ter paciência e pedir a cooperação do tempo, que pode ser um grande aliado na colheita. “Não adianta ficar apurado para colher, o clima também faz muita diferença. Quando está chuvoso é muito bom para nós, mas na seca e no sol muito quente judia demais da produção”.

Para quem já notou a ascensão da laranja no Estado e tem a intenção de trabalhar no setor, Adriano não tem dúvidas na hora de recomendar a empreitada. “Eu recomendo e sempre digo que é um bom trabalho, estou feliz e pretendo continuar. Ficamos até com medo com este aumento de gente trabalhando aqui no Estado, mas vai ser bom para todos”.