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SIDROLÂNDIA- MS

Com dificuldade de caixa, Governo não vai ajudar hospitais a pagar o 13º

O Governo do Estado não deverá pagar neste fim de ano a tradicional décima terceira parcela da contratualização, repasse que em anos anteriores ajudava hospitais filantrópicos a complementar o 13º salário dos funcionários.

Redação/Região News

02 de Novembro de 2025 - 15:48

Com dificuldade de caixa, Governo não vai ajudar hospitais a pagar o 13º
A decisão foi comunicada durante reunião entre a diretoria do Hospital Dona Elmíria Silvério Barbosa, de Sidrolândia, e o secretário estadual de Saúde, Maurício Simões. Foto: Divulgação

Com dificuldades de caixa, o Governo do Estado não deverá pagar neste fim de ano a tradicional décima terceira parcela da contratualização, repasse que em anos anteriores ajudava hospitais filantrópicos a complementar o 13º salário dos funcionários. A decisão foi comunicada durante reunião entre a diretoria do Hospital Dona Elmíria Silvério Barbosa, de Sidrolândia, e o secretário estadual de Saúde, Maurício Simões.

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Segundo a direção do hospital, o valor da parcela estadual — cerca de R$ 65.428,57 — representava apenas uma ajuda parcial, já que a folha do 13º chega a aproximadamente R$ 250 mil. Mesmo sem o reforço financeiro do Estado, a instituição afirma que se organizou para honrar o compromisso com os funcionários, contando com emendas parlamentares para complementar os recursos.

“O hospital se planejou ao longo do ano para cumprir o 13º. Essa parcela sempre foi uma ajuda, mas não cobria os custos. Com o planejamento e o apoio de emendas parlamentares, garantiremos o pagamento integral dos funcionários”, afirmou a diretora administrativa Amanda Bass

Restrições atingem outros programas estaduais

As medidas de contenção de gastos adotadas pelo Governo já haviam afetado outras áreas da saúde. Em agosto, foram suspensas as cirurgias eletivas do programa “Mais Saúde, Menos Fila” em quase todos os hospitais, incluindo o de Sidrolândia.

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Entre julho e setembro, o Hospital Dona Elmíria realizou R$ 431.327,01 em procedimentos, incluindo cirurgias oftalmológicas, ginecológicas, vasculares, otorrinolaringológicos e ortopédicas. Somente em julho, foram 122 cirurgias oftalmológicas, somando R$ 146,6 mil em produção. Com a paralisação, a unidade deixou de receber novos encaminhamentos e de realizar mutirões cirúrgicos, o que reduziu o volume de atendimentos e os repasses do programa.

Essa é a segunda iniciativa estadual suspensa em 2025, evidenciando as dificuldades financeiras enfrentadas pelos hospitais filantrópicos do Estado.

Novo modelo de repasse começa em janeiro de 2026

Durante a reunião, o secretário de Saúde confirmou que, a partir de janeiro de 2026, o Estado implantará o Programa Estadual de Incentivo Financeiro Hospitalar (PEHOSP), que substituirá o modelo atual de contratualização.

O Hospital Dona Elmíria Silvério Barbosa será uma das unidades beneficiadas e foi habilitado em quatro módulos assistenciais:

  • Pronto Atendimento 24h (Clínica Médica Adulto e Pediátrica);
  • Clínica Cirúrgica (Cirurgia Geral);
  • Parto
  • Nascimento e  Cirurgia do Aparelho Genito-Urinário.

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Com essas habilitações, o hospital consolida sua posição como referência regional em média complexidade e passa a contar com um teto financeiro anual de R$ 3,25 milhões. O novo modelo prevê repasse fixo mensal — estimado em até R$ 50 mil por módulo — e incentivos variáveis de acordo com a produção registrada nos sistemas do Ministério da Saúde (SIH/SUS).

Além disso, o hospital foi incluído no plano de modernização de equipamentos e receberá um aparelho de raio-x fixo digital, reforçando sua estrutura e ampliando a capacidade de atendimento.

O PEHOSP introduz um modelo mais estável e previsível de financiamento, substituindo o sistema anterior, baseado em aditivos e repasses extraordinários. A expectativa é que, com o novo programa, os hospitais filantrópicos tenham maior segurança financeira e condições de planejar suas despesas, especialmente o pagamento de pessoal.