Crescimento do PIB de Sidrolândia não se reflete nos indicadores de renda e redução da vulnerabilidade social

Sidrolândia registrou crescimento econômico expressivo ao longo da última década. Entre 2010 e 2023, o Produto Interno Bruto (PIB) municipal passou de R$ 764,4 milhões para R$ 4,1 bilhões, representando um aumento acumulado de aproximadamente 437%. No mesmo período, a participação do município no PIB de Mato Grosso do Sul evoluiu de 1,62% para 2,22%, com pico de 2,38% em 2022.

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O avanço econômico também é observado no PIB per capita. Entre 2017 e 2023, o indicador passou de R$ 29.910,90 para R$ 87.065,38, crescimento aproximado de 191%, com aceleração a partir de 2021. A renda média do trabalhador sidrolandense, força de trabalho de 12.917 celetistas, ganha em média dois salários mínimos. Na unidade local da JBS,a maior empregadora privada da cidade, o salário, fora benefícios como a cesta básica, é R$ 1.800,00.

Apesar da expansão do PIB e do PIB per capita, os indicadores de renda e proteção social permanecem elevados. A renda per capita apresentou crescimento nominal limitado, passando de R$ 678,75 para R$ 739,10, aumento de 8,9% no período analisado. Considerando uma inflação acumulada de aproximadamente 124%, a renda per capita corrigida deveria atingir cerca de R$ 1.520,40, o que indica perda real de 51% poder de compra.

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Dados do Ministério do Desenvolvimento Social mostram que 27.853 pessoas estão inscritas no Cadastro Único, número equivalente a quase 60% da população do município,que sobrevive com uma renda per capita de até R$ 218,00, em torno de R$ 7,21 por dia. Entre os cadastrados, há 2.611 famílias, na faixa de extrema pobreza, com renda per capita entre R$ 70,00 e  R$ 140,00.

Neste universo populacional, 3.958 pessoas ganham  de até um salário mínimo e 7.58 declararam renda de até dois salários mínimos. No total são 12.627 famílias cadastradas. No mês passado, 3.377 receberam Bolsa Família, com benefício médio mensal de R$ 689,00, enquanto 1.425 pessoas são beneficiárias do Benefício de Prestação Continuada (BPC) Dos 27.853 inscritos no Cadastro Único, apenas 10.164 pessoas (menos de 40%) declararam ter exercido atividade remunerada nos últimos 12 meses.

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No meio rural, a reforma agrária garantiu acesso à terra a 4.550 pequenos produtores, distribuídos em aproximadamente 45 mil hectares. No entanto, 2.450 assentados permanecem inscritos no Cadastro Único, com renda per capita de até R$ 218,00, cerca de 750 famílias de pequenos produtores recebem Bolsa Família. Há um contingente significativo de aposentados.