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SIDROLÂNDIA- MS

Defesa de mecânico que matou 4 pessoas da mesma família recorre e julgamento fica para 2026

A Justiça de Mato Grosso do Sul adiou o julgamento de David Lopes Queiroz, acusado de matar quatro pessoas em um acidente na BR-060.

Redação/Região News

04 de Dezembro de 2025 - 10:08

Defesa de mecânico que matou 4 pessoas da mesma família recorre e julgamento fica para 2026
David Lopes Queiroz. Foto: Divulgação

A Justiça de Mato Grosso do Sul adiou o julgamento de David Lopes Queiroz, acusado de matar quatro pessoas em um acidente na BR-060, entre Sidrolândia e Campo Grande, no início de abril deste ano. O mecânico de 29 anos havia sido preso após provocar o acidente, que resultou na morte de sua esposa, Drielle Leite Lopes, e de seus três filhos, com idades de 5 meses, 2 e 10 anos.

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O julgamento  foi marcado para esta quarta-feira (3); no entanto, a defesa de David recorreu ao Tribunal de Justiça para evitar o julgamento pelo Tribunal do Júri, alegando questões relacionadas à sua saúde e pedindo a desclassificação do crime para homicídio culposo (sem intenção de matar).

O caso remonta ao trágico acidente ocorrido no dia 6 de abril, na rodovia BR-060, entre Sidrolândia e Campo Grande. O mecânico conduzia um Chevrolet Classic LS quando, aparentemente embriagado e em alta velocidade, invadiu a pista contrária e colidiu contra um veículo Saveiro onde estavam as vítimas.

Defesa de mecânico que matou 4 pessoas da mesma família recorre e julgamento fica para 2026
Drielle Leite Lopes; e os filhos: Helena Leite Saraiva, José Augusto Leite Saraiva e João Lúcio Leite Saraiva, morreram no local do acidente. Foto: Divulgação

A colisão foi tão violenta que causou a morte instantânea de Drielle e das crianças. Além das mortes, o acidente também envolveu a destruição do veículo do acusado, que foi arremessado para fora do carro, que em seguida pegou fogo. As testemunhas indicaram que David Lopes tentou se passar por vítima após o acidente, o que foi visto pela Justiça como um indicativo de sua lucidez no momento do ocorrido.

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Na defesa, o advogado Pedro Wanderley argumentou que David Lopes sofre de transtornos mentais, incluindo o uso contínuo de medicamentos controlados e acompanhamento psiquiátrico, sugerindo que ele não teria plena consciência do caráter ilícito de sua conduta. A defesa também questionou o dolo eventual (intenção indireta) na ação, argumentando que não havia intenção de matar. Porém, a Justiça negou o pedido de exame de insanidade mental, e a defesa recorreu ao Tribunal de Justiça.

No entanto, em 27 de outubro, o recurso foi interposto, e no dia 29, o juiz Aluizio Pereira dos Santos acatou o pedido de adiamento, adiando o julgamento para o primeiro semestre de 2026. Questionado pela reportagem, o juiz explicou: "O caso seria analisado hoje, em Campo Grande, mas a defesa recorreu para que ele não fosse ao júri. Agora, depende do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), mas acredito que até fevereiro retomaremos a análise", disse.

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David continua preso, respondendo por homicídio qualificado e tentativa de homicídio, devido ao risco comum, ao uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas e à menoridade das crianças, além da tentativa de homicídio contra o marido e o outro filho sobrevivente. A decisão de adiar o julgamento gerou repercussão, já que a comunidade local está acompanhando de perto o caso, que causou grande comoção devido à tragédia familiar e à circunstância envolvendo o comportamento do réu.

De acordo com a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), não há elementos suficientes para comprovar a incapacidade mental de David Lopes, que teria demonstrado plena consciência dos seus atos desde o início das investigações. Durante o interrogatório, ele "respondeu com clareza às perguntas que lhe foram dirigidas", sem demonstrar sinais de incapacidade cognitiva, o que foi reforçado pelo juiz Aluizio, que argumentou: "O réu demonstrou plena consciência de seus atos desde o primeiro momento".