SIDROLÂNDIA- MS
Desvio de R$ 5,4 milhões em Sidrolândia foi feito via Pix, aponta Gaeco
A Operação Dirty Pix, deflagrada nesta terça-feira (18) em Sidrolândia, apura um esquema de desvio de R$ 5,4 milhões em recursos públicos destinados ao Hospital.
Redação/Região News
18 de Novembro de 2025 - 11:03

A Operação Dirty Pix, deflagrada nesta terça-feira (18) em Sidrolândia, apura um esquema de desvio de R$ 5,4 milhões em recursos públicos destinados ao Hospital Beneficente Dona Elmiria Silvério Barbosa. Segundo o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), o montante foi transferido via Pix diretamente ou por intermédio de terceiros ao presidente da entidade, Jacob Breure, e a diversos vereadores do município.
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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul informou, em nota, que os valores haviam sido repassados pelo Governo do Estado ao Município de Sidrolândia para a compra de um aparelho de ressonância magnética e uma autoclave hospitalar.
Mandados e investigação
Ao todo, o Gaeco cumpre 18 mandados de busca e apreensão em Sidrolândia e em Manaus (AM). A investigação apura indícios dos crimes de peculato, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.
“Segundo apurado, parte desse valor foi desviada pela Administração do Hospital, em conluio com a empresa fornecedora, a qual também pagou vantagens indevidas a vereadores do Município”, informou o MPMS.
A operação recebeu apoio do Ministério Público do Amazonas, onde foram cumpridos outros três mandados em endereços ligados à empresa Pharbox Distribuidora Farmacêutica de Medicamentos Ltda.
Vereadores investigados
Entre os alvos está o vereador Adavilton Brandão (MDB). Ele teve o celular apreendido na manhã desta terça-feira. À reportagem, limitou-se a dizer que “é tudo do mandato passado”.
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Também são alvos os vereadores:
- Izaqueu de Souza Diniz (Gabriel Autocar) PSD;
- Cledinaldo Marcelino Cotócio
e os ex-vereadores:
- Ademir Gabardo (Republicanos);
- Enelvo Felini Júnior;
- Eliel da Silva Vaz (PSDB);
- Cleyton Martins Teixeira (PSB);
- Cristina Fiuza (MDB), atual vice-prefeita de Sidrolândia
“Pix sujo”
O nome da operação, Dirty Pix, faz referência ao método utilizado para movimentar o dinheiro desviado. As transferências bancárias via Pix, segundo o Gaeco, foram o principal meio para viabilizar o esquema.
Posicionamento da Câmara
Em nota, a Câmara Municipal de Sidrolândia afirmou que não recebeu notificação oficial e que não é alvo da operação. A Casa ressaltou que, com base nas informações preliminares, a ação “não tem relação com o mandato atual”.
Contrato já discutido na Justiça
A compra dos equipamentos hospitalares já é alvo de processo na Justiça de Sidrolândia. A empresa Pharbox, sediada em Manaus, firmou contrato de cerca de R$ 5,4 milhões com a Sociedade Beneficente Dona Elmíria Silvério Barbosa, que pagou integralmente por Ressonância magnética 1,5 Tesla, 16 canais, Autoclave horizontal de 250 litros.
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A compra ocorreu em dezembro de 2022, com prazos de entrega e instalação de 100 e 70 dias úteis, respectivamente — nunca cumpridos.
A fornecedora alegou que os equipamentos eram importados, mas o argumento foi rejeitado pela Justiça. Segundo o juiz do caso, atrasos até podem ocorrer, mas não quando ultrapassam qualquer limite razoável, sobretudo no fornecimento de equipamentos essenciais à saúde pública.
Em 24 de janeiro de 2025, a 2ª Vara Cível determinou que a empresa entregasse e instalasse os equipamentos em cinco dias, sob pena de multa diária de R$ 10 mil, limitada a R$ 100 mil. A medida ainda não foi cumprida devido a recursos apresentados pela defesa.




