Em meio à disputa política, Aldeia 10 de Maio enfrenta abastecimento de água precário

A Aldeia 10 de Maio, comunidade indígena de 59 famílias da etnia Terena, criada em uma das áreas de retomada de uma fazenda ocupada pela família em 2013, vive um período de divisão política, com dois caciques reivindicando o comando da comunidade.

✅ Receba no WhatsApp as notícias do RN

O grupo liderado pelo cacique Rosalino Fernandes convocou uma eleição para o próximo dia 10 de novembro, enquanto o atual líder, Romatiezer Alcântara, reconhecido pela FUNAI para exercer mandato até 2026, vê a decisão como uma manobra para tentar minar sua liderança.

A disputa interna tem repercussão direta na vida da comunidade. Atualmente, a aldeia conta apenas com um poço de boca, sem rede de distribuição, e os moradores precisam transportar água em baldes ou tambores. A prefeitura perfurou recentemente um poço semiartesiano, mas a instalação da rede ainda não foi concluída.

✅ Clique aqui para seguir o RN no Facebook 

A educação também sofre impactos: as crianças frequentam escolas em aldeias vizinhas, como Córrego do Meio e Lagoinha, devido à falta de estrutura própria. O vereador Otacir Figueiredo, aliado à oposição de Romatiezer, gravou vídeo cobrando providências para solucionar os problemas da aldeia.

Romatiezer se manifestou oficialmente sobre a convocação da eleição, afirmando que o processo não possui respaldo legal e que “visa prejudicar sua imagem como líder”. Segundo ele, a iniciativa não tem reconhecimento das instâncias oficiais, incluindo a FUNAI e o Ministério dos Povos Indígenas. “A intenção de realizar a eleição de forma independente, sem o devido respaldo legal, é evidente. Refuto qualquer ação que demonstre desrespeito à nossa liderança”, declarou.

✅ Clique aqui para seguir o RN no Instagram

Em ofício encaminhado à Prefeitura, que pretendia legitimar a composição do colegiado de caciques responsável por referendar a escolha do presidente da Fundação Municipal Indígena, o Ministério dos Povos Indígenas reconheceu Romatiezer como cacique da Aldeia 10 de Maio até 2026.

O grupo que defende a realização da eleição, por outro lado, argumenta que o processo visa encerrar a divisão interna da aldeia, que atualmente se encontra dividida entre duas lideranças.