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SIDROLÂNDIA- MS

Empresa investigada em operação fez quatro contratos com a Prefeitura de Miranda

De acordo com o Portal da Transparência, em 2023 a administração municipal firmou quatro contratos com a empresa Pedro Luiz Ribeiro Ruano Eireli, razão social da Loja Paulo Freire.

Redação/Região News

01 de Outubro de 2025 - 14:59

Empresa investigada em operação fez quatro contratos com a Prefeitura de Miranda
Loja Paulo Freire, localizada na Avenida Dorvalino dos Santos. Foto: Marcos Tomé/Região News

A Loja Paulo Freire, localizada na Avenida Dorvalino dos Santos, em Sidrolândia, alvo da Operação Copertura, deflagrada nesta quarta-feira (1º) pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), firmou 4 contratos com a Prefeitura de Miranda.

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De acordo com o Portal da Transparência, em 2023 a administração municipal firmou quatro contratos com a empresa Pedro Luiz Ribeiro Ruano Eireli, razão social da Loja Paulo Freire. O CNPJ da firma está registrado para a venda de produtos variados — de instrumentos musicais a balas, passando por itens de papelaria, cosméticos, chaveiro e artigos de armarinho — somando quase 50 atividades secundárias.

O sistema de despesas da Prefeitura mostra uma diferença entre o valor orçado e o pago. Embora a dotação orçamentária fosse de R$ 540 mil, o valor efetivamente pago somou R$ 38,5 mil, conforme notas fiscais emitidas. As aquisições foram de materiais permanentes e de consumo para atender às secretarias municipais.

Em Sidrolândia, duas unidades da Loja Paulo Freire foram alvos de busca. A maior delas, na Avenida Dorvalino dos Santos, exibe na vitrine instrumentos musicais e vasos de plantas. A segunda, situada a cerca de um quilômetro, concentra produtos de papelaria.

O esquema investigado

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A Operação Copertura cumpriu 31 mandados de busca e apreensão em Miranda, Sidrolândia e Campo Grande. Na Capital, os alvos foram empresas de materiais de escritório e informática.

As investigações apontam que uma organização criminosa fraudava, de forma sistemática, licitações da Prefeitura de Miranda desde 2020. Segundo o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), empresários combinavam propostas de preços “cobertura” para direcionar os resultados, com a participação de agente público.

Algumas empresas envolvidas sequer possuíam sede física ou funcionários registrados, mas conseguiam vencer concorrências para fornecimento de produtos diversos, como materiais de construção, gêneros alimentícios, limpeza, informática e kits escolares.

A ofensiva contou com apoio do Batalhão de Choque e do Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar. O nome da operação vem da palavra italiana copertura, que significa “cobertura”, referência ao esquema de apresentação de orçamentos falsos para garantir a vitória de determinada empresa em licitações.

O que diz o empresário

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Proprietário da Loja Paulo Freire, o professor Pedro Luiz Ribeiro Ruano afirmou não entender por que foi alvo da ação.

— “Um colega comentou que poderia ter relação com a Prefeitura de Miranda, mas eu mesmo não tenho nenhuma informação oficial. A última vez que vendi para lá foi em 2022, e não tive problema com o contrato. Só demorei a receber e até falei que nunca mais venderia para aquela prefeitura”, declarou.