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SIDROLÂNDIA- MS

Ensino Médio em Sidrolândia: Censo Escolar mostra queda nas matrículas e evasão acima da média estadual

Os dados do Censo Escolar, divulgados recentemente pelo Ministério da Educação, mostram que o Ensino Médio em Sidrolândia perdeu alunos nos últimos cinco anos.

Redação/Região News

28 de Setembro de 2025 - 16:24

Ensino Médio em Sidrolândia: Censo Escolar mostra queda nas matrículas e evasão acima da média estadual

Os dados do Censo Escolar, divulgados recentemente pelo Ministério da Educação, mostram que o Ensino Médio em Sidrolândia perdeu alunos nos últimos cinco anos e enfrenta taxas de reprovação, evasão e distorção idade-série superiores às médias de Mato Grosso do Sul.

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Em 2019, o município contava com 1.673 estudantes matriculados, número que caiu para 1.514 em 2024, representando uma redução significativa, especialmente na zona rural, que perdeu 141 alunos, passando de 667 para 526. Já na área urbana, a queda foi mais discreta, de 1.006 para 988 estudantes.

O ciclo escolar foi profundamente impactado pelos dois anos de pandemia (2020 e 2021), sem aulas presenciais. O reflexo disso é visível na taxa de reprovação, que passou de 8,9% em 2019 para 19,7% em 2020, mantendo-se elevada em 2021 (18,5%) e 2022 (15,2%). Em 2023, o índice chegou a 25,8%, caindo para 8,7% em 2024, mas ainda acima da média estadual de 6,4%.

A evasão escolar segue como ponto crítico. Em 2019, 8,6% dos alunos abandonaram a escola, e embora tenha havido ligeira queda para 6,6% em 2024, o índice continua quase três vezes maior que a média de Mato Grosso do Sul (2,3%). O problema se agrava na distorção idade-série, que em 2024 atingia 26% dos alunos da zona urbana e 39,7% na zona rural, frente a 13,6% do Estado, revelando o atraso escolar persistente entre os jovens de Sidrolândia.

Cursos profissionalizantes: avanços tímidos

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Com a reforma do Ensino Médio, Sidrolândia passou a oferecer itinerários de formação técnica e profissional, mas os resultados ainda são desiguais.

Na Escola Catarina de Abreu, que oferece o curso técnico em Agronegócio, apenas uma aluna concluiu todas as etapas, incluindo estágio e prova de proficiência.

A Escola Sidrônio Antunes da Andrade oferece curso de empreendedorismo em tecnologia, com possibilidade de conquistar diploma de tecnólogo ao cursar mais um ano em instituição federal. Segundo o diretor William Dantas, porém, a concorrência com modalidades alternativas, como o EJA, que permite concluir o Ensino Médio em dois anos com qualificação em administração e recursos humanos, e o ensino a distância, que pode ser finalizado em poucos meses a partir dos 18 anos, tem desestimulado a permanência dos jovens no ensino regular presencial.

Já na Escola Estadual Paulo Firmo, no Assentamento Eldorado, o curso técnico agropecuário tem atraído jovens da região, que no terceiro ano prestam prova no Centro de Educação Profissional de Aquidauana (CEPA), cumprem 100 horas de estágio e recebem diploma técnico.

Escolaridade

O impacto desses números é visível na escolaridade da população local. Em 2010, Sidrolândia tinha 42.132 habitantes, com 12,78% de concluintes do Ensino Médio. Doze anos depois, no Censo de 2022, mesmo com a população aumentando para 49.735, a proporção de concluintes caiu para 11,99% (5.949 pessoas). Isso evidencia que, apesar do crescimento populacional, a educação formal da cidade não avançou de forma significativa.

Mercado de trabalho

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As dificuldades educacionais se refletem no mercado de trabalho. Dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) mostram que Sidrolândia possui 12.242 trabalhadores com carteira assinada, com salário médio de R$ 2.979,31.

Quase 38% da força de trabalho (4.633 pessoas) não concluiu o Ensino Médio e recebe, em média, R$ 2.347,90. Mais da metade (6.467 pessoas) concluiu o Ensino Médio, mas a remuneração média sobe apenas para R$ 2.799,62, mostrando que, além da baixa escolaridade, o diploma ainda não garante ganhos significativos em termos de renda.

O cenário é ainda mais preocupante entre os jovens de 18 a 24 anos. Nessa faixa etária, a diferença salarial entre quem concluiu e quem não concluiu o Ensino Médio é quase nula: trabalhadores com o ciclo incompleto recebem, em média, R$ 2.168,35, enquanto aqueles que terminam essa etapa ganham apenas R$ 2.199,72.