Estudo revela déficit de armazenagem de grãos em Sidrolândia e principais polos agrícolas de Mato Grosso do Sul

Um levantamento da Aprosoja/MS sobre a capacidade de armazenagem de grãos de soja e milho em Mato Grosso do Sul revela que os principais polos de produção do Estado enfrentam um desequilíbrio entre o volume colhido e a estrutura disponível para estocar a safra.

Em Sidrolândia, a produção total de grãos atinge 1,28 milhão de toneladas, sendo 544 mil toneladas de soja e 738 mil de milho. A capacidade de armazenagem instalada é de 1,14 milhão de toneladas, o que gera um déficit de 139 mil toneladas.

Com índice de cobertura de 89%, o município consegue armazenar boa parte da safra, mas ainda depende de estruturas em cidades vizinhas como Campo Grande e Maracaju. O déficit tende a crescer com o avanço do milho safrinha, cuja produção vem aumentando acima da média estadual.

Maracaju

Maior produtor de grãos do Estado, Maracaju lidera também o ranking de déficit. O município colhe 3,07 milhões de toneladas, mas dispõe de apenas 1,75 milhão de toneladas em capacidade instalada. O déficit de 1,32 milhão de toneladas significa que quase metade da produção precisa ser escoada imediatamente após a colheita, pressionando a logística e reduzindo o poder de negociação dos produtores.

Ponta Porã

Em Ponta Porã, o problema é semelhante. A cidade produz 2,25 milhões de toneladas, com capacidade de armazenagem de 1,09 milhão, resultando em um déficit de 1,16 milhão de toneladas e cobertura de apenas 49%. É um dos casos mais críticos do Estado.

Dourados

Já Dourados apresenta situação oposta. O município possui superávit de 603 mil toneladas, com capacidade total de 2,54 milhões de toneladas para uma produção de 1,93 milhão. O índice de cobertura é de 131%, o que faz da cidade um polo regional de armazenagem, recebendo parte da produção de municípios vizinhos.

Chapadão do Sul

Em Chapadão do Sul, a produção chega a 2,19 milhões de toneladas, enquanto a capacidade instalada é de 1,99 milhão. O déficit é de 201 mil toneladas, com índice de 91%. O município mantém situação relativamente equilibrada, mas já opera próximo do limite.

São Gabriel do Oeste

Outro destaque é São Gabriel do Oeste, com 1,53 milhão de toneladas produzidas e 1,05 milhão de toneladas de capacidade de armazenagem, resultando em déficit de 480 mil toneladas e índice de cobertura de 69%.

Déficit estrutural afeta competitividade

De acordo com o estudo, o déficit de armazenagem é um dos principais gargalos da agricultura sul-mato-grossense. Em todo o Estado, estima-se que mais de 8 milhões de toneladas de grãos não encontram espaço em silos ou armazéns.

A Aprosoja/MS defende incentivos à construção de novas estruturas, tanto em nível de cooperativas quanto de armazéns particulares nas propriedades rurais, como forma de reduzir perdas, melhorar o fluxo logístico e aumentar o poder de negociação dos produtores.

“A expansão da produção de milho 2ª safra e o aumento de produtividade exigem um ritmo acelerado de investimentos em armazenagem, sob pena de comprometer a eficiência logística e a renda do produtor”, alerta o relatório.