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SIDROLÂNDIA- MS

Família de Otávio, único sobrevivente entre os filhos em acidente na BR-060, relata complicações em cirurgia e pede ajuda para custear tratamento

Durante o procedimento, o cirurgião encontrou um problema na perna esquerda que impossibilitou a retirada completa dos implantes.

Redação/Região News

23 de Novembro de 2025 - 18:40

Família de Otávio, único sobrevivente entre os filhos em acidente na BR-060, relata complicações em cirurgia e pede ajuda para custear tratamento
Otávio Leite Saraiva e Oldiney, pai de Otávio. Foto: Divulgação

Seis meses após sobreviver ao trágico acidente na BR-060, que tirou a vida da mãe e de três irmãos, o menino Otávio Leite Saraiva, de 12 anos, voltou a enfrentar uma fase delicada no tratamento. Na última quinta-feira (20), ele precisou passar por uma nova cirurgia, que durou cerca de seis horas, após a equipe médica identificar uma complicação que exigiu correção imediata. O procedimento foi feito no Hospital do Pênfigo.

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Otávio havia iniciado a fisioterapia recentemente e apresentava progresso na mobilidade, utilizando apoio para caminhar. A cirurgia para remoção de parafusos, localizados nas duas pernas, nos fêmures, nos joelhos, tornozelo e no cotovelo, já estava agendada. Durante o procedimento, o cirurgião encontrou um problema na perna esquerda que impossibilitou a retirada completa dos implantes.

O procedimento, que deveria durar entre uma hora e uma hora e meia, estendeu-se das 15h30 às 21h30. Para corrigir a complicação, foi necessário fraturar novamente o fêmur da perna direita, permitindo o reposicionamento adequado da estrutura óssea e evitando riscos futuros.

Atualmente, Otávio está em casa, mas deverá permanecer acamado por pelo menos dois meses para garantir a recuperação adequada. Segundo a equipe médica, a intervenção era indispensável para impedir um agravamento do quadro.

Tratamento particular e campanha de apoio

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Otávio mora em Campo Grande, onde recebe acompanhamento constante, incluindo uma fisioterapeuta contratada pela família. Como os atendimentos especializados pelo SUS enfrentam longas filas — e a retirada dos parafusos só estaria disponível em 2026, os familiares decidiram realizar o procedimento de forma particular, arcando com custos elevados envolvendo honorários médicos, remédios, fisioterapia e equipamentos.

Para conseguir manter o tratamento, a família iniciou uma campanha de arrecadação. As doações podem ser feitas diretamente para a avó de Otávio:

Chave PIX (telefone) — Joana da Costa Leite:

➡️ (67) 98444-7608

Com a ajuda recebida até agora, já foi possível comprar medicamentos e uma bota ortopédica para aliviar a dor do garoto.

Rede de apoio familiar

A campanha foi organizada pelos próprios familiares de Oldiney, pai de Otávio. A família, de Sidrolândia, se revezou para garantir apoio emocional e prático após a tragédia. Dona Joana, avó do menino, passou a morar com eles desde o falecimento de Adriely, mãe das crianças. Parentes de Bonito Jardim também visitam com frequência, especialmente nos fins de semana, para que Ney não enfrente o luto sozinho.

Ney retomou recentemente suas atividades profissionais, alternando entre o trabalho e o retorno para casa, como forma de manter a mente ocupada, ainda que a dor permaneça.

O acidente

O acidente aconteceu no dia 6 de abril, quando a família retornava de Sidrolândia em direção a Campo Grande. O carro em que estavam foi atingido por um Corsa conduzido pelo mecânico David Lopes Queiroz, que invadiu a pista contrária.

Segundo as investigações, David tentou ultrapassar uma carreta, não conseguiu concluir a manobra e atingiu de frente o veículo da família, que seguia no sentido oposto da rodovia.

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O impacto foi fatal. Drielle Leite Lopes e três de seus filhos — Helena Leite Saraiva, de 10 anos; João Lúcio Leite Saraiva, de 2 anos; e José Augusto Saraiva, de apenas 3 meses — morreram na hora.

O marido de Drielle, Oldiney Centurion Saraiva, e o filho mais velho, Otávio, de 12 anos, sobreviveram.

David, que dirigia o Corsa, não usava cinto de segurança e foi arremessado para fora do veículo. Testemunhas relataram que ele havia consumido cocaína antes de dirigir. Além disso, o mecânico não possuía CNH para conduzir automóveis.