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SIDROLÂNDIA- MS

Frigorífico Balbinos ainda não retomou abate e promove treinamento de funcionários

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores, o setor de Recursos Humanos informou que os abates serão retomados na próxima segunda-feira, dia 24.

Redação/Região News

19 de Novembro de 2025 - 14:00

Frigorífico Balbinos ainda não retomou abate e promove treinamento de funcionários
Frigorífico Balbinos. Foto: Arquivo Região News

O Frigorífico Balbinos ainda não retomou o abate de bovinos e, desde segunda-feira, quando os funcionários foram convocados a voltar ao expediente, o pessoal está participando de treinamentos. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores, o setor de Recursos Humanos informou que os abates serão retomados na próxima segunda-feira, dia 24.

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A empresa ficou  30 dias em férias coletivas, período marcado por incertezas entre os trabalhadores quanto à manutenção dos empregos. A expectativa é que, com a retomada das operações, o frigorífico volte a abater até 800 cabeças de gado por dia, em meio ao processo de recuperação judicial e à esperança de que a Justiça autorize o plano de reorganização financeira.

A reabertura trouxe alívio aos funcionários e representa um passo fundamental para que o Judiciário dê aval à recuperação judicial, o que permitirá a renegociação do passivo financeiro. O pedido foi protocolado em 31 de outubro, após duas semanas de férias coletivas — medida emergencial adotada porque a indústria estava sem acesso a crédito para garantir fluxo de caixa. Apenas a compra de gado para abate gera um custo diário de aproximadamente R$ 3 milhões.

No dia 3 de novembro, o frigorífico obteve uma liminar que suspendeu por 30 dias a penhora de bens solicitada por credores, garantindo um período mínimo de estabilidade para reorganização. A decisão, porém, manteve as restrições ao CNPJ, impedindo operações financeiras e acesso a novos financiamentos.

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Segundo os advogados da empresa, a recuperação judicial tornou-se indispensável diante do agravamento da crise financeira provocado por fatores internos e externos. Entre eles, destaca-se o investimento de R$ 50 milhões na implantação da nova sala de desossa, concluída há quatro anos, mas que permanece fechada por falta de pavimentação no acesso ao pátio de desembarque de gado — obra prometida por três gestões municipais e nunca executada. Sem a sala de desossa em operação, o frigorífico não conseguiu se habilitar para exportação, o que limitou a expansão de mercados e a geração de receita.

Outros fatores agravaram o cenário: alta dos juros, volatilidade cambial, redução da oferta de gado na região e secas recentes, que elevaram os custos de produção. Em setembro de 2025, o passivo total atingiu R$ 185,4 milhões, com prejuízos de R$ 15,5 milhões acumulados em 2024.

A retomada plena das atividades é vista como essencial para recompor o caixa, recuperar a confiança de fornecedores e demonstrar capacidade operacional — elementos que podem influenciar positivamente a decisão judicial. Caso a recuperação seja deferida, a empresa poderá renegociar dívidas de curto prazo que somam mais de R$ 120 milhões, preservando cerca de 600 empregos diretos e indiretos e garantindo continuidade à cadeia produtiva da carne bovina em Sidrolândia.

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A liminar que suspende as penhoras expira no início de dezembro, quando o Judiciário deve reavaliar a situação financeira da empresa e decidir se restabelece as penhoras ou concede a proteção ampliada pelo regime de recuperação judicial.