Frigoríficos de Sidrolândia entre as 59 indústrias impedidas de exportar frango para China

Desde sábado 59 frigoríficos brasileiros estão impedidos de exportar frango para a China. Na lista estão três indústrias de Mato Grosso do Sul: a unidade de Sidrolândia da JBS, o da BRF de Dourados e o Bello Alimentos de Itaquiraí.

A China suspendeu as importações de frango do Brasil após a confirmação de um caso de gripe aviária (influenza aviária de alta patogenicidade) em uma granja comercial no Rio Grande do Sul.

A lista consta na plataforma de registro de fabricantes estrangeiros de alimentos importados da Administração Geral de Alfândegas da China (GACC), consultada pelo Broadcast Agro, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Em números absolutos, a China responde por cerca de 13% das exportações totais de carne de frango do Brasil. Neste 2025, somente entre janeiro e abril o país asiático importou 192 mil toneladas de carne de frango brasileira, gerando uma receita de US$ 455 milhões.

Segundo o Ministério da Agricultura, o governo brasileiro comunicou imediatamente às autoridades chinesas a detecção do foco de gripe aviária, ocorrido no município de Montenegro (RS), em 15 de maio.

Com isso, as certificações sanitárias internacionais para exportação de carne de aves à China foram suspensas em todo o território nacional, conforme previsto no acordo sanitário entre os países.

A expectativa do governo federal é de que a suspensão seja regionalizada, ou seja, limitada ao Estado onde o foco foi identificado, uma vez que a gripe aviária foi localizada em apenas uma granja. Porém, a liberação das exportações dependerá de negociação com as autoridades chinesas, que ainda não se manifestaram oficialmente sobre o assunto até a noite de sexta-feira (17).

Cenário brasileiro

Entre os frigoríficos afetados em todo o Brasil estão grandes nomes do setor, como 12 plantas da Seara (marca da JBS), 3 da JBS Aves e 10 unidades industriais da BRF.

O Paraná é o estado mais impactado, com 21 frigoríficos suspensos, seguido por Santa Catarina (14 unidades) e o Rio Grande do Sul (8 plantas), que já estavam suspensas desde julho de 2024 por causa de um caso anterior da Doença de Newcastle.

Essa situação levanta preocupações sobre o impacto econômico nas regiões produtoras, especialmente em Mato Grosso do Sul, onde os frigoríficos têm papel importante na geração de emprego, renda e arrecadação de tributos.

DOs frigoríficos gaúchos que já estavam suspensos aparecem: Cooperativa Central Aurora Alimentos, de Erechim (SIF 68); BRF S A., de Serafina Corrêa (SIF 103); Cooperativa Languiru Ltda, de Westfalia (SIF 730); JBS Aves Ltda, de Passo Fundo (SIF 922); Companhia Minuano de Alimentos, de Lajeado (SIF 1661); BRF S.A., de Marau (SIF 2014); JBS Aves Ltda, de Montenegro (SIF 2032); e Agrosul Agroavicola Indústrial S/A, de São Sebastião do Caí (SIF 4017).

Protocolo

A suspensão temporária dos embarques está prevista no protocolo sanitário acordado entre Brasil e China. Em caso de enfermidade de notificações obrigatórias, como a gripe aviária, tal protocolo determina que haja suspensão imediata das certificações das exportações pelo país.

"Comunicamos a China que respeitamos o protocolo acordado, o que significa a suspensão dos embarques desde 15 maio", afirmou o secretário de secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua, ao Broadcast Agro.