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SIDROLÂNDIA- MS

Geração de emprego desacelera em Sidrolândia em 2025 após pico de contratações com a Inpasa

Depois de dois anos consecutivos de forte crescimento, o mercado de trabalho formal de Sidrolândia começou a dar sinais de desaceleração em 2025.

Redação/Região News

31 de Agosto de 2025 - 19:05

Geração de emprego desacelera em Sidrolândia em 2025 após pico de contratações com a Inpasa
Abate de frango. Foto: Paulo Whitaker / Reuters

Depois de dois anos consecutivos de forte crescimento, o mercado de trabalho formal de Sidrolândia começou a dar sinais de desaceleração em 2025. De janeiro a julho, o município criou 298 novos postos de trabalho com carteira assinada, menos da metade das 661 vagas abertas no mesmo período do ano passado e também abaixo das 423 registradas em 2023.

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O contraste fica mais evidente quando se observa o ritmo de contratações. Entre 2023 e 2024, o número de admissões saltou 25,5%, passando de 3.662 para 4.596. Esse salto foi resultado direto da construção do complexo industrial da Inpasa, que mobilizou fortemente a construção civil e impulsionou a cadeia de serviços, responsável por quase 250 vagas em 2024. A indústria, estimulada pelas obras, também chegou a responder por 287 novos postos, consolidando aquele ano como o melhor desempenho da série recente.

Em 2025, o movimento se inverteu. Apesar do volume de admissões ter continuado alto, com 4.764 contratações até julho, as demissões também cresceram, alcançando 4.466 desligamentos, o que reduziu o saldo positivo. O comércio foi o setor que mais segurou a geração de empregos, com 221 novas vagas, seguido pela construção civil (47) e pelos serviços, que tiveram saldo modesto de 26. Já a agropecuária registrou retração, fechando 83 postos de trabalho.

Os resultados mensais ajudam a entender a mudança de fase. Em junho de 2024, Sidrolândia havia criado 144 vagas, contra apenas 30 no mesmo mês deste ano. Em julho, a diferença foi ainda mais expressiva: enquanto no ano passado o município abriu 48 empregos, em 2025 o saldo ficou negativo em 2. Esses números mostram que, passado o pico das contratações ligadas ao canteiro de obras da Inpasa, a economia local entrou em compasso de acomodação, com menor capacidade de absorver mão de obra.

Ainda assim, o saldo acumulado do ano continua positivo, o que indica que a desaceleração não significou retração generalizada, mas sim o fim de um ciclo excepcional impulsionado por um grande empreendimento. O desafio para os próximos meses será diversificar as fontes de geração de empregos, reduzindo a dependência de obras de grande porte e fortalecendo setores como comércio e serviços, que hoje sustentam o mercado de trabalho sidrolandense.

O papel da Inpasa e mudanças no comércio

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O complexo industrial da Inpasa, já em operação, garante atualmente cerca de 400 empregos diretos, mas a fase de expansão, que havia elevado fortemente a demanda por trabalhadores, chegou ao fim. No comércio, o cenário foi de transição: a filial da Casas Bahia encerrou as atividades na cidade, mas uma nova loja da rede Malwee foi inaugurada, mantendo parte da movimentação no setor.

JBS enfrenta apagão de mão de obra

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Outro fator que pressiona o mercado de trabalho local é o chamado “apagão de mão de obra” na unidade da JBS, a maior empregadora privada do município. A empresa tem recorrido a estratégias para atrair trabalhadores da zona rural e de aldeias indígenas até fora do município (a 180 km de distância em Nioaque) além de buscar candidatos inscritos no Cadastro Único.

Sidrolândia tem hoje 16.192 inscritos no CadÚnico. Nos últimos 12 meses, só 1.813 trabalharam por conta própria; 1.728 tiveram emprego com carteira assinada e 460 atuaram na agricultura.

Há 11.622 pessoas com idade entre 18 e 59 anos, com potencial para maior inserção no mercado formal. Destes, 3.693 têm menos de 35 anos, representando uma parcela jovem que poderia ser incentivada a ingressar no trabalho. O perfil de escolaridade, contudo, ainda representa desafio:1.476 com ensino médio completo;1.119 com ensino médio incompleto; 5.540 com ensino fundamental incompleto e 5.476 nunca frequentaram a escola; enquanto 4.822 não sabem ler e escrever.