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SIDROLÂNDIA- MS

Jovem paranaense presa em Sidrolândia com 5,5 kg de skunk já voltou a Curitiba após audiência de custódia

Segundo o Departamento de Operações de Fronteira (DOF), a droga apreendida tem valor estimado em R$ 55 mil no mercado ilícito.

Redação/Região News

02 de Novembro de 2025 - 19:31

Jovem paranaense presa em Sidrolândia com 5,5 kg de skunk já voltou a Curitiba após audiência de custódia

Uma jovem paranaense de 18 anos, identificada pelas iniciais I.A.A., já retornou a Curitiba (PR), onde reside, após ser presa em Sidrolândia com 5,5 quilos de skunk — uma variedade de maconha de alto teor de THC — e liberada na audiência de custódia realizada no dia 25 de outubro.

A prisão ocorreu na noite de 22 de outubro, por volta das 20h41, quando uma equipe tática da Polícia Militar abordou o Renault Sandero branco (placa 0AO-5F94) na MS-162, próximo ao Assentamento Capão Bonito. O veículo era conduzido por P.E.A., que relatou ter sido contratado por R$ 850,00 para levar a passageira até Campo Grande.

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Durante a vistoria, os policiais encontraram uma mala de viagem rosa, trancada com senha, onde estavam 27 pacotes plásticos selados a vácuo, totalizando 5,650 quilos de skunk. Segundo o Departamento de Operações de Fronteira (DOF), a droga apreendida tem valor estimado em R$ 55 mil no mercado ilícito.

A passageira contou que havia viajado a Ponta Porã para visitar um suposto namorado e, após uma discussão, decidiu retornar. Disse ainda ter recebido a mala no Hotel Versatile Park, entregue por uma amiga identificada apenas como Nicole, e que receberia R$ 2.500,00 para transportar o entorpecente até Curitiba.

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Na audiência de custódia, o juiz concedeu liberdade provisória, impondo monitoramento eletrônico por 180 dias, além da obrigação de comprovar ocupação ou matrícula escolar e não se ausentar da cidade sem autorização judicial. O Ministério Público manifestou-se favorável à liberdade, destacando que a jovem possui bons antecedentes e residência fixa.

Durante a audiência, I.A.A. também denunciou ter sido vítima de violência sexual na delegacia, afirmando que um investigador da Polícia Civil teria tentado agarrá-la enquanto estava detida. O magistrado determinou o encaminhamento da denúncia à Corregedoria da Polícia Civil, que deverá apurar o caso.

Presa há dez dias, I.A.A. se encaixa no perfil típico de mulheres recrutadas como “mulas” — termo usado para quem é aliciado por organizações criminosas para transportar drogas entre fronteiras e grandes centros consumidores. Geralmente, são jovens sem antecedentes criminais, muitas vezes do sexo feminino e em situação de vulnerabilidade socioeconômica, inclusive mães solteiras.

Segundo estudos do Instituto Terra, Trabalho e Cidadania (ITTC) e dados da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen-MS), o tráfico de drogas é responsável por quase 80% das prisões femininas em Mato Grosso do Sul, estado que faz fronteira com o Paraguai e a Bolívia e é considerado um dos principais corredores do tráfico.

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Especialistas apontam que esse perfil é estrategicamente explorado por facções, já que mulheres com essas características costumam obter liberdade provisória nas audiências de custódia e, mesmo quando condenadas a penas inferiores a cinco anos, podem recorrer em liberdade. Quando têm filhos menores de 12 anos, ainda têm direito de cumprir a pena em casa, conforme prevê a legislação penal.