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SIDROLÂNDIA- MS

Juiz rejeita pedido do MP e mantém preso mecânico que provocou morte de família em acidente

Ele continuará sob escolta da Polícia Penal na Santa Casa e será levado para o presídio quando tiver alta.

Redação/ Região News

20 de Junho de 2025 - 16:22

Juiz rejeita pedido do MP e mantém preso mecânico que provocou morte de família em acidente
David Lopes Queiroz. Foto: Divulgação

Por decisão do juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara Tribunal do Júri da Comarca de Campo Grande, foi mantida a prisão preventiva do mecânico David Lopes Queiroz. Ele continuará sob escolta da Polícia Penal na Santa Casa e será levado para o presídio quando tiver alta. David foi levado para a Santa Casa no último dia 6 de abril quando dirigindo um Corsa provocou um acidente na BR-060, trecho Sidrolândia /Campo Grande, em que morreram quatro pessoas de uma mesma família, Adrielle Lopes e três dos quatro filhos dela.

O pedido de revogação da prisão preventiva, que seria substituída por monitoramento com uso de tornozeleira eletrônica, foi proposto pelo próprio Ministério Público acolhendo pedido da Agência Estadual do Sistema Penitenciário. A alegação da Agepen é que como  David está há 76 dias internado, sem previsão de alta, não haveria risco de fuga do suspeito.

A prolongada escolta, conforme argumentação dos procuradores da Agepen, estaria expondo os policiais penais ao risco de contaminação em diversas patologias, além de ampliar as dificuldades decorrentes do déficit de efetivo da Polícia Penal.

O juiz optou por manter a preventiva, lembrando que ele próprio e o Tribunal de Justiça já haviam rejeitado o pedido de liberdade para o mecânico. Além disso, de acordo com o magistrado, há indicação médica de alta para os próximos dias, "o que indica a possibilidade, em tese, de melhoria do seu quadro".

Em abril o juiz não acatou a alegação da defesa de que David estava internado na Santa Casa de Campo Grande, com politraumatismo e possíveis sequelas permanentes, necessitando de cuidados médicos contínuos. Também argumentou que ele não representa risco à ordem pública, além de ser pai de dois filhos pequenos.

Mesmo com parecer favorável do Ministério Público para substituição da prisão por medidas cautelares, o magistrado manteve a prisão preventiva. “Sua situação de saúde teve como causa ato próprio, o que, consoante já disposto, em tese, teria levado a óbito 4 pessoas, está servindo para justificar pedido de benefício próprio que deve ser reservado a casos especiais e a ser deferido com prudência”, justificou o magistrado. Também já foi recebida a denúncia pela Justiça e marcada a data da primeira audiência de instrução. Davi vai à julgamento por homicídio simples, o que lhe pode custar pena de até 20 anos de prisão.

Acidente -  

O acidente que teve David como pivô aconteceu na noite de 6 de abril passado, um domingo. Segundo marcas na estrada, a Polícia Rodoviária Federal concluiu que o mecânico tentou fazer curva à direita na rodovia. O Corsa que dirigia invadiu a contramão. Com isso, atingiu uma Saveiro branca, depois em outro carro que seguia no sentido contrário e em um caminhão. A família estava na picape conduzida por Oldiney Centurión Saraiva que foi socorrido com vida. Eles retornaram a Campo Grande após passar o domingo na casa de familiares residentes em Sidrolândia.

Segundo a PRF, David apresentava sinais de embriaguez no momento do acidente, como hálito etílico, fala arrastada e comportamento agressivo. Ele teria invadido a pista contrária e atingido três veículos, incluindo a picape onde estavam as vítimas.

Morreram no local Drielle Leite Lopes e os  três filhos dela, quatro meses, 2 anos e 10 anos. Um quarto filho, Otávio Leite Saraiva, adolescente de 12 anos, sobreviveu com ferimentos e passou por cinco cirurgias.

Histórico –

David tem passagens por contravenções penais, violência doméstica e a mais recente por resistência registrada em dezembro do ano passado. Na ocasião, o mecânico estava no Corsa Classic, que era conduzido por outro rapaz, em zigue-zague pela Avenida Duque de Caxias com duas crianças dentro do veículo “penduradas” na janela.