SIDROLÂNDIA- MS
Juiz suspende delação que detalhava esquema de corrupção
O juiz Bruce Henrique dos Santos Bueno suspendeu a delação premiada do servidor Thiago Basso, que levou o Ministério Público Estadual a descobrir detalhes do esquema de corrupção no Município de Sidrolandia.
Investiga MS
17 de Junho de 2025 - 09:08

O juiz Bruce Henrique dos Santos Bueno suspendeu a delação premiada do servidor Thiago Basso, que levou o Ministério Público Estadual a descobrir detalhes do esquema de corrupção no Município de Sidrolândia.
“Considerando, contudo, a pendência de cumprimento das demais cláusulas pactuadas, determino o encaminhamento dos autos ao arquivo provisório pelo prazo de 90 (noventa) dias, com posterior reavaliação quanto ao adimplemento integral das obrigações assumidas no instrumento de colaboração“, diz o despacho.

Caso o juiz mantenha a decisão, a delação não terá validade para ser utilizada na denúncia do Ministério Público Estadual.
Delação compromete ex-vereador
Na delação, o ex-servidor revelou que o ex-secretário de Fazenda de Sidrolândia e ex-vereador de Campo Grande, Claudinho Serra, cobrava 10% de todos os contratos firmados pela Prefeitura.
O ex-servidor detalhou que o recurso voltava para Claudinho Serra, citando como exemplo as empresas Coptec; Marcondes; 3M e Rocamora. Segundo Tiago, Claudinho recebia os 10% e outros valores, dependendo da necessidade dele.
“Se precisasse de dinheiro ou um item, pagava com nota da Prefeitura”, afirmou Tiago, dizendo que era responsável por emitir empenhos com o dobro do valor. Ele calcula que, aproximadamente, R$ 100 mil por mês eram emitidos em notas frias.
Segundo o delator, a prefeitura era obrigada a contratar com a Rocamora, o que levou a atender 60% de todos os contratos, que depois também foram divididos para Marcondes (30%) e (3M).
Thiago afirmou que o esquema já existia desde 2019, em menor movimento, mas começou a se intensificar no governo da atual prefeita, Vanda Camilo, sogra de Claudinho, que o nomeou como secretário de fazenda.
Tiago explica que Ueverton da Silva Macedo, conhecido como Frescura, era o responsável por levar os 10% pessoalmente para Claudinho Serra. Isso aconteceu até ele entrar, quando passou a efetuar esta tarefa. Geralmente, os fiscais de contrato que atestavam. “Ou você atesta esta nota, ou vou colocar alguém no seu lugar que atesta. Isso era imposto por todo mundo ali. Ou você atesta ou coloco outra pessoa, se você não quer atestar. E se for indicado de um vereador, que não quero te mandar embora, vai cumprir o horário de trabalho em casa. Não precisa nem vir trabalhar”, contou.
O ex-servidor afirmou ainda que as cartas convites da prefeitura sempre eram direcionadas, com empresas indicadas por quem fazia o acordo, em determinações de cima para baixo. Segundo Basso, os responsáveis pelos setores de compra eram proibidos de fazerem o que era certo, já que tudo já chegava pronto e direcionado.