SIDROLÂNDIA- MS
Justiça analisa novo pedido de liberdade para mecânico acusado de provocar tragédia na BR-060
O novo pedido se fundamenta em questões de saúde: segundo os advogados, o acusado não estaria recebendo o tratamento adequado dentro do presídio, onde permanece preso desde abril.
Redação/Região News
20 de Julho de 2025 - 19:38

A defesa do mecânico David Lopes Queiroz, acusado de provocar o acidente que causou a morte de Drielle Leite Lopes e seus três filhos na BR-060, voltou a pedir a revogação da prisão preventiva à 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande. O novo pedido se fundamenta em questões de saúde: segundo os advogados, o acusado não estaria recebendo o tratamento adequado dentro do presídio, onde permanece preso desde abril.
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O pedido, protocolado em julho, argumenta que David sofreu sérias lesões no acidente e requer atendimento médico contínuo e uso de medicações específicas, além de transfusões de plasma, recursos que, segundo a defesa, o sistema penitenciário não oferece adequadamente.

Contudo, o Ministério Público Estadual se opôs ao relaxamento da prisão, relembrando que a Justiça já havia mantido a preventiva, considerando a gravidade da conduta, os fortes indícios de autoria e o perigo à ordem pública. O réu será submetido a júri popular, respondendo por quatro homicídios dolosos, por dolo eventual, além de lesão corporal grave.
Pedido de ressarcimento ao sobrevivente
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Além disso, o MPMS solicitou à Justiça que David arque com os custos do tratamento de reabilitação de Otávio Leite Saraiva, 12 anos, único sobrevivente do carro atingido. Ele ficou 17 dias internado na Santa Casa de Campo Grande, passou por cinco cirurgias, precisou de pinos em diversas partes do corpo e ainda depende de muletas, atendimento psicológico, fisioterapia e cuidados médicos constantes.
O pai do garoto, Odiney Centurión Saraiva, também sobreviveu, mas permanece profundamente abalado. Ele revelou que já gastou cerca de R$ 10 mil com medicamentos, atendimentos particulares, cadeira de rodas, maca e suporte psicológico.
“Ele não vai ao banheiro sozinho, não pisa o pé no chão. Precisa de cuidado 24 horas por dia”, contou.
Relato do sobrevivente e detalhes da tragédia

No dia 6 de abril, a família retornava de Sidrolândia, onde havia visitado parentes para comemorar a conquista de um financiamento de uma casa própria. Drielle e os filhos — Helena, José Augusto e João Lúcio — morreram no local.
O carro da família, uma VW Saveiro, foi atingido frontalmente por um Chevrolet Corsa conduzido por David, que invadiu a pista contrária durante uma ultrapassagem em alta velocidade, segundo a PRF.
Odiney, que desmaiou no momento do impacto, afirmou em depoimento que acordou apenas dias depois, na casa de um parente, sem lembrar do acidente ou dos enterros da família. Segundo laudo médico, ele sofreu amnésia parcial por bloqueio emocional.
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“Eu estava na melhor fase da minha vida. Tínhamos conseguido um financiamento, fomos dar a notícia à minha sogra. Tudo foi tirado da gente por um ato maldoso”, declarou.
“Até hoje, às vezes acho que minha esposa está viajando. Eu não lembro do velório. Só me agarro ao meu filho agora”, relatou, emocionado, na audiência.
Durante o depoimento, Otávio contou que, após o impacto, o carro capotou, e ele começou a gritar pedindo socorro para o pai. Já Odiney garantiu que trafegava dentro do limite de velocidade:
“O velocímetro parou em 90 km/h. Eu andava devagar, com meus filhos no carro.”




