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SIDROLÂNDIA- MS

Moradores bloqueiam acesso à UTR no Flórida e Prefeitura aciona PM; impasse cresce com representação no Ministério Público

Os moradores bloquearam a via e impediram a passagem dos veículos, o que levou o município a acionar a Polícia Militar.

Redação/Região News

03 de Dezembro de 2025 - 13:22

Moradores bloqueiam acesso à UTR no Flórida e Prefeitura aciona PM; impasse cresce com representação no Ministério Público

O impasse entre a Prefeitura e moradores do Assentamento Flórida ganhou um novo capítulo na manhã desta quarta-feira, quando ao menos oito caminhões da Secretaria de Infraestrutura, carregados de bags, ficaram retidos na estrada de acesso à Unidade de Triagem de Resíduos (UTR) instalada pela Elite Max Ambiental. Os moradores bloquearam a via e impediram a passagem dos veículos, o que levou o município a acionar a Polícia Militar. Duas guarnições foram deslocadas para o local para tentar liberar o tráfego.

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O bloqueio ocorre após dois dias de intensa movimentação na área, onde cerca de 50 caminhões descarregaram bags e materiais inservíveis, como colchões. A tensão cresce em meio à pressão popular para que a coleta de bags seja retomada — suspensa há dois meses — e à cobrança do Ministério Público para que os ecopontos entrem em operação.

Resistência dos moradores já chegou ao Ministério Público

A mobilização de hoje não é isolada. Na semana passada, a Associação dos Moradores do Assentamento Flórida protocolou no Ministério Público um pedido para que seja vetada a instalação da UTR no lote escolhido pela empresa. A Elite Max Ambiental, responsável pelo aterro sanitário, foi credenciada pela Prefeitura para disponibilizar triturador de galhos nos ecopontos e montou no assentamento uma unidade destinada ao processamento de folhas e restos de poda — materiais que, por decisão judicial, desde outubro não podem mais ser encaminhados ao aterro.

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Apesar do licenciamento ambiental já concedido pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a comunidade mantém forte resistência. Segundo André Testolin, presidente da associação, a preocupação não é apenas com o fluxo de caminhões, mas também com impactos ambientais e sociais. Ele afirma que a UTR está próxima a uma reserva ambiental e ao Córrego Cortada, além de ameaçar a tranquilidade de cerca de 80 moradores, muitos idosos e pessoas com problemas de saúde.

“O morador mais próximo é cadeirante, usa oxigênio diariamente e buscou esse local justamente pela tranquilidade. Pagou quase R$ 800 mil pelo lote”, relata Testolin.

Os moradores também temem mau cheiro e acúmulo de resíduos provenientes de empresas como JBS e Inpasa. A Secretaria de Meio Ambiente, porém, sustenta que a área cumpre a legislação: estaria a mil metros do córrego, quando o recuo mínimo exigido é de 50 metros.

Associação aponta risco à produção e à qualidade de vida

No documento protocolado no MP, assinado pela advogada Débora dos Santos, os moradores afirmam que a instalação da UTR “é estranha à destinação rural” da área e pode afetar as atividades agropecuárias que garantem o sustento das famílias. O texto destaca ainda risco de aumento de moscas e animais peçonhentos, com efeitos diretos sobre criações de gado, suínos e lavouras.

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Prefeitura não recua

Antes de recorrer ao Ministério Público, os moradores tentaram convencer o prefeito Rodrigo Basso a suspender o licenciamento. Segundo eles, o prefeito manteve a decisão de permitir a UTR, argumentando que a unidade não afetaria a rotina das famílias.