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SIDROLÂNDIA- MS

Moradores do Eldorado relatam apagões constantes e prejuízos: ‘A situação tornou-se insustentável’, alertam

Os moradores do Assentamento Eldorado, localizado na zona rural de Sidrolândia, estão enfrentando graves problemas com o fornecimento de energia elétrica.

Redação/Região News

07 de Novembro de 2025 - 14:20

Moradores do Eldorado relatam apagões constantes e prejuízos: ‘A situação tornou-se insustentável’, alertam
Carro da Energisa. Foto: Arquivo RN

Os moradores do Assentamento Eldorado, localizado na zona rural de Sidrolândia, estão enfrentando graves problemas com o fornecimento de energia elétrica. As quedas constantes e a oscilação de tensão têm causado prejuízos materiais, interrupção de aulas, perda de alimentos e até risco à saúde de quem depende de medicamentos refrigerados.

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A produtora de queijos Neila de Lourdes, moradora na região do Bafo da Onça, garante que a situação se arrasta há anos e se agravou desde que a Energisa assumiu o serviço.

“A energia elétrica é essencial para nossas atividades diárias, como operar maquinários no barracão, utilizar produtos de limpeza, inflar pneus, dentre outras necessidades. Não vale a pena reclamar na Energisa, pois a empresa tem demonstrado extrema morosidade. Na época da Enersul, não enfrentávamos esses problemas. Desde a chegada da Energisa, a situação tornou-se insustentável”, relata.

Segundo Neila, os apagões e quedas de energia têm comprometido sua produção de queijos. “Produzo queijo para comercialização, cerca de 10 a 11 unidades por dia. Quando ficamos sem energia por períodos que chegam a 11 horas ou até um dia inteiro, os queijos acabam inchando e se tornam impróprios para venda. A situação tem se tornado cada vez mais desafiadora para nós”, lamenta.

Ela denuncia ainda o grande número de ligações clandestinas nos assentamentos e a sobrecarga dos transformadores, que torna a região ainda mais suscetível a problemas no fornecimento de energia elétrica.

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“No assentamento há muitas pessoas furtando energia. Conheço pessoas que se mudaram para cá há oito anos, adquiriram lotes e nunca pagaram conta de luz. Possuem vários aparelhos de ar-condicionado e mantêm ligações diretas na rede elétrica. A Energisa deveria realizar uma fiscalização rigorosa e também aprimorar os transformadores, pois há um número excessivo de consumidores conectados a um único equipamento”, cobra.

Irene Cândida, moradora da região conhecida como Ilha, confirma que a instabilidade no fornecimento tem sido uma constante e afeta toda a comunidade.

“O problema ocorria em diferentes momentos do dia — pela manhã, à noite ou durante todo o dia. Na terça-feira passada, o problema recomeçou”, relata. Segundo Irene, as oscilações e apagões têm provocado prejuízos e afetado o abastecimento de água das residências.

“Algumas pessoas perderam alimentos, como uma vizinha que teve a bomba do poço queimada e uma amiga que teve o motor do compressor danificado. Além disso, muitos vizinhos estão perdendo alimentos perecíveis, como carnes. Quinta-feira, por volta das 16h, o problema se repetiu na Ilha, aproximadamente no mesmo horário em que ocorreu ontem”, desabafa.

Devido ao alto custo da energia, Irene investiu em energia solar fotovoltaica.“Pagava entre R$ 350,00, R$ 400,00 e R$ 500,00, chegando a R$ 1.800,00 em alguns meses. Há dois anos, instalamos um sistema com 16 placas solares. Em casa, temos quatro geladeiras usadas para armazenar a produção de queijos. Com as placas solares, a conta de luz não passa de R$ 45,00. No entanto, por não possuir baterias que são muito caras, em caso de interrupção da rede elétrica, ficamos sem energia. A maioria dos moradores da região que usam energia solar não tem armazenamento. A principal motivação para a instalação foi reduzir significativamente os custos”, explica.

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A moradora Jussara Tibola Fávero, que vive no Eldorado 2, também relata o impacto dos apagões em sua rotina e na saúde da família.

“Eu e meu esposo usamos medicação de alto custo e estamos enlouquecendo por causa da falta de luz. Preciso manter o remédio refrigerado, então coloco no gelo e corro para a cidade para colocar na geladeira da minha mãe. Só nesta semana já ficamos três vezes sem energia. Cada caixa do meu medicamento, Tocilizumabe, custa cerca de R$ 20 mil.

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