SIDROLÂNDIA- MS
Moradores liberam acesso ao Flórida, mas mantêm pressão contra instalação de unidade de resíduos
A trégua veio após reunião com o Ministério Público, na qual o grupo reforçou os argumentos contrários à instalação da Unidade de Triagem de Resíduos.
Redação/Região News
04 de Dezembro de 2025 - 09:45

Depois de um dia de bloqueio que impediu a passagem de 11 caminhões da Secretaria Municipal de Infraestrutura carregados com bags de restos vegetais e materiais inservíveis, os moradores do Assentamento Flórida decidiram suspender o protesto e liberar o acesso à comunidade. A trégua veio após reunião com o Ministério Público, na qual o grupo reforçou os argumentos contrários à instalação da Unidade de Triagem de Resíduos (UTR) no local que, segundo eles, pode se transformar num “futuro lixão”.
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Os assentados agora aguardam manifestação da Promotoria sobre o pedido de suspensão do licenciamento ambiental concedido pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
A Prefeitura afirma que o envio dos bags à UTR é temporário e emergencial, até que o ecoponto esteja concluído. O novo espaço deverá receber folhas, galhos, pequenos volumes de entulho (até 1 m³) e materiais inservíveis. Com o fim da coleta caberá aos moradores separar e levar os resíduos até o local.

Na UTR, segundo o município, galhos e folhas serão triturados e enviados para compostagem, servindo de matéria-prima para a produção de adubo orgânico. A unidade foi instalada em um lote de oito hectares dentro do Assentamento Flórida pertencente à Elite Max Ambiental, empresa que também opera o aterro sanitário da cidade.
Moradores alegam surpresa e risco ambiental
Os moradores, porém, afirmam que foram pegos de surpresa ao saber que a Prefeitura havia autorizado a instalação de uma unidade privada destinada a receber resíduos urbanos a poucos metros das casas e da área de preservação permanente (APP) mantida pela associação. O terreno, segundo eles, abriga nascente e mata nativa preservada há décadas pela comunidade.
“Quando vimos, já estavam levando material para lá. A gente nem sabia que tinha licença”, disse André Testolin, presidente da Associação dos Moradores. Ele afirma que o temor é que a unidade cause mau cheiro, atraia insetos e represente risco de contaminação do Córrego Cortada responsável pelo abastecimento das famílias.
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“A gente vive da agricultura, tem criança, idoso, gente que acorda cedo para trabalhar. Não tem condição de colocar um negócio desses no meio do assentamento e do lado da nossa reserva. Se der dano ambiental, quem responde somos nós, porque a APP é nossa”, disse.
Licenciamento questionado
A comunidade também reclama da falta de consulta prévia e da rapidez com que o licenciamento foi emitido. “Licenciaram em poucos dias. Como que uma coisa dessas passa tão rápido e ninguém fala com quem mora aqui?”, questionou André.
Apesar de o município informar que a unidade ainda não está em operação plena, os moradores dizem que o movimento de caminhões e o recebimento de cargas já ocorrem.
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Enquanto o Ministério Público analisa o pedido de suspensão, os moradores afirmam que continuarão organizados e atentos. “Tiraram o lixo da cidade e jogaram em cima dos assentados”, resume o presidente da associação.




