Moradores recebem notificações por antecipar ligação de esgoto

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente notificou moradores de diversos bairros da cidade por anteciparem, de forma irregular, a ligação de suas residências à rede de esgoto, ainda não liberada para operação. A conduta resultou em esgoto escorrendo a céu aberto, com forte mau cheiro, transformando vias públicas em focos de poluição e risco sanitário.

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As notificações determinam que os responsáveis façam o corte imediato da ligação irregular no prazo de até cinco dias. A religação só poderá ocorrer após autorização formal da Sanesul. O descumprimento da ordem sujeita os infratores à aplicação de multa mínima de R$ 5 mil, conforme a legislação ambiental.

Há registros de ocorrências na Rua Elisa Moura de Olindo, no bairro Altos da Figueira, em vias do Jardim Petrópolis e também em pontos das ruas Distrito Federal, Romano Rossato e Divã Nantes. Em todos os casos, moradores relataram escoamento de dejetos a céu aberto e forte odor, situação que gerou indignação e queixas recorrentes.

A antecipação das ligações, além de ilegal, evidencia desprezo pelas normas ambientais e falta de compromisso com a coletividade. O lançamento irregular de esgoto configura crime ambiental e não pode ser tratado como falha menor ou pontual.

Desabastecimento

A expansão da rede de esgoto tem provocado outros transtornos graves à população. Além dos impactos ambientais, as obras vêm afetando diretamente o abastecimento de água, resultando em interrupções frequentes no fornecimento.

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Segundo a gerência local da Sanesul, durante a execução das obras da rede de esgoto são recorrentes os danos à rede de distribuição de água. Nessas situações, o fornecimento precisa ser interrompido para a realização de reparos. Apenas na semana passada, três ocorrências desse tipo foram registradas.

A concessionária também reconhece que, em diversos pontos da cidade, a nova rede de esgoto se sobrepõe à rede de água já existente, exigindo a realocação de uma das estruturas. Na maioria das vezes, a própria rede de água é deslocada para viabilizar a obra de esgotamento sanitário, o que implica no fechamento de registros e na falta d’água temporária.

Um dos episódios mais recentes ocorreu no bairro São Bento, nas proximidades da Rua Lauro Muller Milho, onde uma intervenção na rede de água foi necessária após danos causados pelas obras de esgoto. Apesar da previsão de conclusão rápida, o transtorno voltou a atingir moradores.

Diante da repetição desses episódios, a Sanesul passou a reforçar a necessidade de que os imóveis possuam reservatórios próprios. De acordo com a empresa, moradores que dependem exclusivamente do abastecimento direto da rede pública ficam mais vulneráveis em situações de emergência, como rompimentos de tubulações ou quedas de energia.

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A orientação é que cada residência disponha de caixa d’água, mesmo que de pequeno porte, como reservatórios de 250 ou 500 litros. Ainda assim, o cenário expõe uma rotina de imprevistos que se tornou frequente durante a implantação da rede de esgoto, ampliando o desgaste da população, que convive simultaneamente com mau cheiro, esgoto a céu aberto e interrupções no abastecimento de água.

A orientação aos moradores é clara: a ligação à rede de esgoto só pode ser feita após a liberação oficial. A insistência em conexões irregulares revela descaso com o meio ambiente, desprezo pelas regras e falta de compromisso com a cidade, além de sujeitar os responsáveis a multas pesadas e outras sanções previstas em lei.