Parceria com agronegócio ajuda a melhorar renda e tira 42% dos assentados do bolsa família

Embora mais de 26% das famílias tenham renda de até um salário mínimo (R$ 1.518,00), os dados do painel do Ministério do Desenvolvimento Social, mostram que num intervalo de 10 anos, caiu 42% o número de assentados atendidos pelo bolsa família. Em 2014, eram 1.529 famílias contempladas pelo programa de transferência de renda federal, o equivalente a 34,31% dos assentados. Neste mês, vão receber o benefício, 699 famílias, menos de 16% dos beneficiários da reforma agrária (4.456 famílias).

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No conjunto de toda as famílias inscritas no Cadastro Único que recebe "bolsa", entre 2014 e 2024, o número de famílias atendidas caiu 16% (de 4.203 para 3.897). As parcerias com o agronegócio para o plantio de soja e milho, combinadas com experiências bem-sucedidas de assentados que atravessaram os limites da agricultura de subsistência e hoje ganham dinheiro com a chamada agricultura empresarial, ajudaram muita gente a deixar a chamada linha da miséria que é quando o orçamento familiar passa de R$ 218,00 per capita.

Jânio Marinata, do Assentamento São Pedro, num intervalo de 15 anos, rompeu os limites do seu lote de 30 hectares, por meio de aquisições de lotes vizinhos ou arrendamento, planta 260 hectares de soja e vai investir em confinamento de gado em 40 hectares. O casal Iracema Lima dos Santos 58 e Paulo Martins, 66 anos, há 8 anos trocaram as duas casas que tinham em Campo Grande pelo lote de 9,5 hectares no Eldorado FAF. Sem acesso as linhas de crédito da agricultura familiar e até transferir para seu nome o do marido a titularidade da conta de energia, não teve outra alternativa a não ser arrendar 8 hectares para o plantio de soja.

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Na área remanescente fica a casa e aproveitou para plantar 105 pés de acerola cuja produção vende para ser transformada em polpa. Embora muitas famílias tenham conseguido melhorar de vida, fazendo do seu lote uma unidade de produção rentável, com produção de hortaliças, frutas e de leite, 479 famílias em situação de pobreza com renda per capita de até R$ 109,00; 177 tem renda de R$ 218,00.

Há 5.492 moradores dos assentamentos no Cadúnico, representando 20,58% das pessoas inscritas no Cadastro Único abrangendo quem sobrevive com R$ 7,26 per capita. O casal Sidney Bernardes e Alice Teixeira do Barra Nova I, que se dedica a apicultura e a pesca no Rio Vacaria, complementa a renda com o benefício de R$ 300,00 do bolsa e durante o período de piracema, recebe o auxílio defeso de um salário mínimo.