SIDROLÂNDIA- MS
Quebra do sigilo bancário mostra cronologia dos repasses e pagamentos de supostas propinas
O MPMS a partir da quebra de sigilo bancário dos envolvidos, estabeleceu os mecanismos de captação dos recursos e a cronologia dos pagamentos em 2022 de propina a um grupo de 8 vereadores.
Redação/Região News
23 de Novembro de 2025 - 17:35

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul, a partir da quebra de sigilo bancário dos supostos beneficiários com o pagamento de propina, estabeleceu os mecanismos de captação dos recursos e a cronologia dos pagamentos em 2022 de propina a um grupo de 8 vereadores que à época exerciam mandato na Câmara de Sidrolândia.
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A Farma Medical e a Pharbox NSR fizeram transferências via Pix no valor de R$ 926 mil. Houve antecipação do pagamento da comissão a um dos representantes comerciais de Sidrolândia das empresas no Estado, Júlio César Alves da Silva, residente em Sidrolândia.
Receberam transferências das empresas a esposa dele, Adrielle Nogueira Trelha, além de quatro vereadores. Eles integravam o G-8, grupo de oposição à então prefeita Vanda Camilo formado com o propósito de eleger uma Mesa Diretora hostil a gestão municipal no biênio 2023/2024.
Os dados constam na peça do MP que embasou a concessão de 18 mandados de busca e apreensão no âmbito da Operação Dirty Pix, que investiga pagamento de propina e desvio de recursos públicos.
O maior valor foi repassado a Júlio César Alves da Silva, pagamento justificado como comissão, já que ele era o representante comercial da empresa no Estado. No dia 28 de outubro de 2022, Júlio recebeu das empresas R$ 482.500,00. Em 21 de dezembro do mesmo ano, foi a vez de Adriele Nogueira Trelha, mulher de Julio, receber R$ 100.000,00 da Pharbox. Adriele repassou R$ 70.000,00 a Jacob Breure, diretor do Hospital Elmíria Silvério Barbosa, que seria o pagamento de um empréstimo contraído por Júlio César com Breure.
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Dos R$ 482,5 mil que recebeu, Julio transferiu dia 01/11/2022 R$ 100 mil para a filha Julia Carla Nascimento que fez transferências para os então vereadores Cristina Fiuza, Enelvo Junior e Ademir Gabardo cada um contemplado com R$ 20 mil. O estagiário do Ministério Público, Yuri Morais, recebeu R$ 13.500,00.
As transferências ocorreram dois meses antes de o hospital assinar, em 9 de dezembro de 2022, convênio com a Secretaria Estadual de Saúde para o repasse de R$ 5,4 milhões, destinados à compra de um aparelho de ressonância magnética e de um autoclave, sendo que apenas a ressonância foi entregue. A Justiça determinou posteriormente a devolução de R$ 2,210 milhões ao hospital referentes aos valores pagos indevidamente e ao equipamento não entregue.
O levantamento detalhado do MP evidencia o fluxo de recursos das farmacêuticas para ex-vereadores, representantes da empresa e familiares, que fundamentaram as diligências da Operação Dirty Pix.
No relatório encaminhado ao juiz, os promotores apontaram que os repasses ocorreram com diferentes níveis de sofisticação, variando entre transferências, sem interposição de terceiros, e operações intermediadas por “pooling accounts” para ocultar a prática de corrupção.
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Ex-vereadores e vereadores beneficiados
Repasses diretos da Farma Medical:
- 27/10/2022 – Cledinaldo Cotócio: R$ 25.000
- 27/10/2022 – Gabriel Auto Car: R$ 100.000
- 28/10/2022 – Gabriel Auto Car: R$ 20.000
- 28/10/2022 – Cleyton Martins: R$ 20.000
- 28/10/2022 – Adriana Zarati Franco Brandão: R$ 20.000 (mulher do vereador Adavilton Brandão).
Repasses diretos de Júlio César:
- 28/09/2022 – Cleyton Martins: R$ 5.000
- 28/09/2022 – Ademir Gabardo: R$ 5.000
- 22/12/2022 – Eliel Vaz : R$ 5.000




