SIDROLÂNDIA- MS
Trabalhadores formais de Sidrolândia tiveram perda de 10% do poder de compra, mostra CAGED
No acumulado nos últimos três anos, o CAGED (Cadastro Geral de Empregos) do Ministério do Trabalho e Emprego registrou a criação 1.312 novos empregos
Redação/Região News
12 de Agosto de 2025 - 13:16

O salário médio pago aos trabalhadores com carteira assinada em Sidrolândia caiu em termos reais. A média salarial atual, de R$ 2.978,31, está 10,13% abaixo do valor necessário para manter o poder de compra de 2023.
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No ano passado, o salário médio era de R$ 3.144,00. Corrigido pela inflação de 5,41%, esse valor equivaleria a R$ 3.314,11. A diferença de R$ 335,80 por trabalhador representa uma perda considerável, especialmente em um cenário de aumento no custo de vida.
No acumulado nos últimos três anos, o CAGED (Cadastro Geral de Empregos) do Ministério do Trabalho e Emprego registrou a criação 1.312 novos empregos, considerando os primeiros seis meses de 2023/2024/2025.
Com 12.242 trabalhadores formais na cidade, o impacto coletivo dessa defasagem salarial ultrapassa R$ 4,1 milhões por mês, acumulando R$ 49,3 milhões ao ano — recursos que deixam de circular na economia local.
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Nos últimos dez anos, o salário médio de Sidrolândia apresentou avanços moderados, alternando períodos de alta e queda. O pico da remuneração ocorreu em 2023, mas a inflação corroeu esse ganho em 2024, trazendo o valor real de volta a patamares próximos aos de 2021.
A média salarial da cidade é impulsionada sobretudo pelos trabalhadores do serviço público, remuneração média acima da obtida pelo pessoal da iniciativa privada onde a remuneração é de R$ 2,4 mil, valor abaixo da média do estado, de R$ 3,3 mil, além de ser pior que a de municípios com economia ancorada no agronegócio. Em Maracaju, a média é de R$ 2.600,00; Chapadão do Sul, R$ 3.100,00; São Gabriel do Oeste, R$ 3.000,00 e Rio Brilhante, R$ 3.400,00.
O trabalhador de Sidrolândia com carteira assinada recebe em média, R$ 282,04 a menos que em Maracaju, R$ 493,00 a menos que em Chapadão do Sul e quase R$ 930,00 a menos que em Rio Brilhante. A busca por oportunidades de trabalho com salários melhores, pode ser uma das razões para que em seis anos , a população tenha caído de 52.975 habitantes para os atuais 49.374. No município há 12,9 mil empregos com carteira assinada.
A ocupação predominante destes trabalhadores é a de alimentador de linha de produção (1613), seguido de quem atua no segmento agropecuário em geral (583) e de professor de nível superior na educação infantil (491).
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As três atividades que mais empregam são abate de aves (2640), administração pública em geral (2604) e cultivo de soja (861). No caso do abate de frango, feito na unidade da JBS, a maior empregadora privada da cidade, a média salarial é de R$ 1.700,00. A empresa enfrenta um déficit de pelo menos 100 funcionários. O apagão de mão de obra não é maior porque são recrutados trabalhadores na zona rural, em aldeia, inclusive na comunidade indígena de Nioaque a mais 130 de quilômetros de distância. Uma das apostas do frigorífico é atrair para seus quadros beneficiários do bolsa família. Foi assinado convênio de abrangência nacional com o Ministério do Desenvolvimento Social que vai disponibilizar dados de inscritos no Cadastro Único que potencialmente poderiam interesse em trabalhar na indústria.
Muita gente tem sido atraída por ofertas de trabalho na Inpasa para funções administrativas e na cozinha com remuneração equivalente a dois salários mínimos, valor 76% maior que o salário pago pela JBS.
Ano | Salário Médio (R$) | Variação % |
| 2014 | R$ 2.500,00 | |
| 2015 | R$ 2.462,87 | -1,49% |
| 2016 | R$ 2.509,72 | +1,90% |
| 2017 | R$ 2.588,89 | +3,15% |
| 2018 | R$ 2.670,40 | +3,15% |
| 2019 | R$ 2.733,56 | +2,36% |
| 2020 | R$ 2.660,13 | -2,69% |
| 2021 | R$ 2.783,25 | +4,63% |
| 2022 | R$ 2.928,06 | +5,21% |
| 2023 | R$ 3.144,00 | +7,38% |
| 2024 | R$ 2.978,31 | -5,27% |




