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SIDROLÂNDIA- MS

Violência doméstica: duas mulheres acionam a PM após ameaças de companheiro e filho

Duas ocorrências registradas no último final de semana em Sidrolândia evidenciam a gravidade e a reincidência da violência doméstica, mesmo quando há histórico de denúncias, medidas protetivas e a intervenção da Justiça.

Redação/Região News

04 de Agosto de 2025 - 09:25

Violência doméstica: duas mulheres acionam a PM após ameaças de companheiro e filho
Delegacia de Sidrolândia. Foto: Arquivo RN

Duas ocorrências registradas no último final de semana em Sidrolândia evidenciam a gravidade e a reincidência da violência doméstica, mesmo quando há histórico de denúncias, medidas protetivas e a intervenção da Justiça. As vítimas, uma mãe e uma companheira, enfrentaram episódios de agressão verbal e ameaça por parte de pessoas próximas: o próprio filho e o parceiro. Ambas decidiram acionar a Polícia Militar para pedir socorro e retomar as medidas de proteção.

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No primeiro caso, atendido pela guarnição uma mãe precisou pedir ajuda da PM após ser ameaçada pelo filho, que tem histórico de transtornos psiquiátricos e faz uso de medicação controlada. Segundo o relato, tudo começou durante uma confraternização familiar. O autor ficou incomodado ao ver a filha conversando com outras pessoas e passou a ofender verbalmente os presentes. Em seguida, foi embora para casa.

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Preocupada com o comportamento do filho, a mãe foi até a residência e foi recebida com agressões verbais, ameaças de morte e até um copo arremessado em sua direção. Assustada, ela fugiu do local e pediu ajuda. A equipe policial encontrou o autor caído no chão da varanda, desorientado e com escoriações. Devido à ausência de ambulância disponível, ele foi conduzido na viatura até a UPA local, onde ficou em observação.

A mulher relatou que já havia solicitado uma medida protetiva contra o filho em abril deste ano, mas pediu a revogação semanas depois por compaixão. Após o novo episódio de violência, declarou que pretende pedir novamente a proteção judicial.

Já a segunda ocorrência ocorreu no bairro central da cidade. A vítima contou aos policiais que estava em casa com o companheiro e o cunhado, em clima de confraternização, com consumo de bebidas alcoólicas. O desentendimento começou quando o autor, movido por ciúmes relacionados a um antigo relacionamento da mulher, começou a ofendê-la com palavras de baixo calão como "vagabunda", “vai tomar no seu cu” e “vai para o inferno”.

Incomodado com a situação, o irmão do autor se retirou do local. Com a saída do cunhado, os ataques se intensificaram. A vítima afirmou que os episódios de ciúmes e controle têm se tornado frequentes, causando sofrimento emocional. Diante da presença da PM e temendo a escalada das agressões, a mulher manifestou desejo de representar criminalmente contra o agressor e solicitou medidas protetivas com base na Lei Maria da Penha.

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O autor, em estado exaltado, recebeu voz de prisão, foi algemado e conduzido até a Delegacia de Polícia Civil sem apresentar lesões aparentes.

Ambos os episódios escancaram a dificuldade de romper com o ciclo da violência doméstica, especialmente quando há vínculos afetivos, familiares ou dependência emocional. Mesmo após denúncias anteriores ou medidas judiciais, muitas vítimas acabam recuando, perdoando os agressores, o que acaba abrindo caminho para novas violências.

A reincidência desses casos revela não apenas a persistência de comportamentos abusivos, mas também a necessidade de fortalecer políticas públicas de acolhimento, orientação jurídica, atendimento psicológico e suporte para que mulheres e famílias consigam sair de situações de risco com segurança e dignidade.