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Agronegócio

Com previsão de perda de até 50%, começa a colheita do milho safrinha

No início do plantio, a expectativa é de que Sidrolândia repetisse pelo terceiro ano consecutivo seu recorde de produção de milho.

Flávio Paes/Região News

12 de Julho de 2021 - 10:52

Com previsão de perda de até 50%, começa a colheita do milho safrinha
Sindicato Rural já projeta uma perda de 40% na produtividade média. Foto: Divulgação

Com duas intercorrências climáticas (seca e geada), que podem determinar uma perda de até 50% na produtividade, começou a colheita do milho safrinha em algumas regiões do município de plantio precoce. Segundo o presidente do Sindicato Rural, Paulo Stefanello, essas lavouras só serão impactadas pela seca, porque quando geou, as plantas estavam num estágio avançado de desenvolvimento.

Segundo o gerente Fazenda Estrela, Valdir Acosta, na média a expectativa é uma perda de 32% na produtividade, com redução de 118 para no máximo 80 sacas por hectare.  A propriedade tem 2.500 hectares plantados. Em 500 hectares a geada provocou uma perda de 90%. A quebra deve ser de 20% em 200 hectares e de 10% em 500 hectares.

Previsão da safra

O Sindicato Rural já projeta uma perda de 40% na produtividade média, de 91 sacas por hectare para a faixa de 51 sacas insuficiente até para cobrir os custos de produção (equivalentes a 50 sacas por hectare no caso de quem investiu pesado em tecnologia na expectativa mais que o dobro disso).

No início do plantio, a expectativa é de que Sidrolândia repetisse pelo terceiro ano consecutivo seu recorde de produção de milho. A área cultivada aumentou 20 mil hectares (de 180.470,85 hectares para mais de 200 mil hectares). Mantida a produtividade de 91,4 sacas/ha, a produção aumentaria de 989.890,88 toneladas para quase 1,1 milhão de toneladas, superando a melhor safra do município, a 2019, quando foram colhidos mais de 1,050 milhão de toneladas, em 182.287,07 hectares plantados, mas a produtividade chegou à produtividade média chegou a 96,9, sacas por hectare.

Nem mesmo o aumento de 132,39% na cotação do grão que em um ano passou de R$ 39,70 para R$ 92,60, nesta primeira semana de junho teve uma ligeira queda de 8,51% (está em R$ 88,00), alivia este cenário de perda de rentabilidade e prejuízo mesmo.

Segundo análise da equipe técnica da Famasul que monitora a evolução da safra e mercado, poucos produtores se beneficiam destes preços pela simples razão que não tem milho em estoque para comercializar. Outro aspecto é que 40% da safra foi vendida antecipadamente com o preço pré-fixado, na época do plantio em R$ 35,00, que era a cotação de mercado e se imaginava uma estabilização dos preços diante da perspectiva de uma grande produção.

A venda antecipada para cooperativas e grandes trading exportadoras, é saída para o produtor que não tem capital próprio para custear a própria safra escapar do financiamento bancário. Os grandes produtores fazem um mix das três alternativas de financiar o custeio.