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Agronegócio

Estrago da 1ª geada foi tanto que nova onda nem preocupa produtores

Agricultores tentam renegociar preços e crédito com prejuízo em 30% da área cultivada do Estado.

Campo Grande News

27 de Julho de 2021 - 10:44

Estrago da 1ª geada foi tanto que nova onda nem preocupa produtores
Plantação de milho em fazenda de MS, que está entre os 420 mil hectares atigidos pela geada no início do mês (Foto: Divulgação/Aprosoja)

A geada prevista para atingir as lavouras nesta semana não preocupa tanto os produtores de Mato Grosso do Sul, porque o pior já passou. Com a geada de 28 de junho a 1° de julho, uma área de aproximadamente 604,4 mil hectares foi atingida, justamente quando o milho estava em fase de desenvolvimento. Esses hectares correspondem a 30,2% da área cultivada do MS, de acordo com a Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja de MS). O resultado é o aumento nos preços dos derivados do milho, como óleo e farelo.

Por hora, os produtores ainda tentam negociar com seus credores e compradores por conta dos prejuízos da primeira geada. Com perdas na qualidade dos grãos, muitos não vão conseguir cumprir os contratos. O decreto de situação de emergência do Governo do Estado é o respaldo aos produtores nas renegociações de crédito e preços. O governo reconheceu a situação em 14 de julho em decreto com vigência de 180 dias, ou seja, até janeiro de 2022.

O presidente do Sindicato Rural de Maracaju, Fábio Olegário Caminha, explica como o decreto ajuda os produtores.

"Ninguém está deixando de cumprir os contratos porque quer. Então, as negociações ocorrem caso a caso, porque falta produto para cumprir os contratos. Por enquanto, a colheita não começou para valer. Alguns já estão colhendo, a umidade do milho não está baixando com as noites frias e isso atrapalha. O produtor já não vai colher muito, se colher com muita umidade será pior.  Na região de Maracaju, entre os dias 5 e 10 de agosto, as colheitas devem começar com força, segundo Caminha.

Com tantas intempéries, não muda muita coisa para o consumidor final, de acordo com o diretor presidente da Aprosoja, André Figueiredo Dobashi. Ele explica que nas redes de supermercados já houve aumento dos derivados do milho, como óleo e farelo, que impactam no bolso.

“A baixa oferta eleva o preço de mercado em um momento de alta inflacionária, o que prejudica ainda mais o consumidor. O preço médio do milho (R$ 85,20/saca) ao final de julho de 2021 encontra-se 118% maior em relação ao mesmo período de 2020, um salto para o mercado de grãos e impacta diretamente no preço final dos produtos industrializados, tanto para o consumo em campo na pecuária quanto para o consumo humano”, detalha Dobashi.