Economia
Rio Pardo Bioenergia começa operar com 25% da capacidade e deve oxigenar economia
Nesta fase inicial a empresa está funcionando com 25% da sua capacidade de esmagamento (300 toneladas diárias).
Flávio Paes/Região News
17 de Novembro de 2014 - 05:30
Inaugurada em dezembro de 2012, como parte das comemorações dos 59 anos de emancipação político-administrativa do município, a Rio Pardo Bionergia, começou a operar em outubro passado, 22 meses depois, em plena entressafra do grão, quando boa parte da soja já tinha sido negociada. É a primeira indústria de esmagamento e processamento de soja de Sidrolândia.
Parte da demora para o início das operações é decorrente dos entraves burocráticos de um financiamento R$ 24 milhões de uma linha de crédito do FCO (Fundo Constitucional do Centro-Oeste). O crédito com juros menores e prazo de 8 anos para pagamento demorou para sair e foi reduzido a R$ 7 milhões, obrigando o desembolso de mais recursos próprios dos investidores no empreendimento.
Nesta fase inicial a empresa está funcionando com 25% da sua capacidade de esmagamento (300 toneladas diárias) e a partir de fevereiro, quando começa a colheita da safra 2014/2015 planeja dobrar este processamento para atingir as 600 toneladas programadas inicialmente. A unidade está projetada para 1.200 toneladas diárias, a ser alcançada em 2016, quando estiverem concluídos todos os investimentos previstos.
Segundo o diretor-presidente da empresa, Osvaldo Neves de Aguiar, até agora foram investidos R$ 40 milhões, sendo que deste total só 17,5% foram viabilizados com o financiamento de R$ 7 milhões do FCO. São mais de R$ 33 milhões de recursos próprios investidos numa unidade industrial automatizada, com equipamentos de última geração.
A expectativa inicial é de que o financiamento cobrisse 60% do investimento, admite o empresário. Hoje parte da unidade está preparada para receber 1.200 toneladas de soja por dia (recebimento, limpeza, secagem e moega). Ele garante que a partir de 2016 a indústria também estará preparada para transformar em óleo ou farelo de soja, as mesmas 1.200 toneladas diária do grão.
A Rio Pardo já está gerando 60 empregos diretos e pelo menos o triplo em empregos indiretos. A entrada em operação da unidade vai agregar valor à soja produzida no município, aumentando o rendimento econômico da atividade agrícola. Hoje a venda da saca de soja in natura, garante ao produtor em torno de R$ 60,00. Cada saca de soja beneficiada que for comercializada como soja ou farelo vai ser negociado por pelo menos R$ 150,00. Isto vai garantir maior injeção de recursos na economia da cidade, com impacto sobre a arrecadação de ICMS, comenta o diretor da esmagadora.
Osvaldo Aguiar acha que a chegada da indústria também é vantajosa para o produtor, que terá oportunidade de negociar parte da sua produção para uma indústria instalada na cidade, com custo bem menor de frete. Para a próxima safra vamos fazer uma classificação da soja, estabelecendo preços diferenciados conforme a qualidade da soja. Quem entregar um grão com menor acidez, maior potencial para produção de proteína e óleo, terá um bônus. Queremos premiar o produtor que investe mais em tecnologia, informa o empresário.