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Esporte

Mulheres jornalistas gravam vídeo contra assédio sexual no esporte

#Deixaelatrabalhar é a nova aposta das jornalistas para combater discriminação e assédio no esporte.

O Tempo

27 de Março de 2018 - 14:45

No último domingo a hashtag #Deixaelatrabalhar virou trending topics nas principais redes sociais com o protesto de várias jornalistas mulheres sobre o caso da repórter Bruna Dealtry, do Esporte Interativo, que foi beijada na boca por um torcedor durante uma transmissão ao vivo. O assédio aconteceu no estádio do Vasco, no Rio de Janeiro e teve grande repercussão.

Com o caso pontual, inúmeras repórteres e profissionais do meio se manifestaram pelas redes sociais postando fotos e a hashtag supracitada. Mas, o caso em si serviu apenas de exemplo já que as reclamações foram contra assédio sexual, dentro e fora das empresas do meio, assim como no ambiente do esporte que é amplamente dominado por homens.

Outras reclamaram de outro tipo de violência, a de assédio moral, que acontece quando não acreditam na competência delas, simplesmente por serem mulheres.

E, para a surpresa de ninguém, no mesmo dia em que a campanha foi lançada mais uma repórter foi vítima do machismo que assola os estádios brasileiros. Em Porto Alegre, Kelly Costa foi xingada por um torcedor, durante a partida São José x Brasil de Pelotas. O homem foi retirado do estádio por seguranças.

“Mesmo falando sobre isso, o assunto não se esgota. Já fui alvo de ofensas da torcida, sofri ato de machismo envolvendo técnico de futebol. A gente vê que se esse movimento envolvendo mais de 50 jornalistas é para mostrar nossa indignação. A gente não quer conviver com isso”, disse Kelly no programa Troca de Passes, do Sportv, após o episódio. Ela é uma das profissionais que lançou o manifesto.

O manifesto foi atendido e acompanhado por diferentes clubes de futebol do Brasil, que utilizaram suas redes sociais para reproduzir a publicação do vídeo. Artistas famosos, também não ligados ao esporte deram voz ativa à manifestação.