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Pix: Conheça os golpes mais frequentes e como evitar fraudes na transferência de dinheiro

Midiamax

07 de Julho de 2021 - 16:03

Pix: Conheça os golpes mais frequentes e como evitar fraudes na transferência de dinheiro
Pix tem mais de sete meses de atuação e acumula golpes - (Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil)

Com mais de sete meses de atuação, o PIX é uma das formas mais práticas para transferência de dinheiro e pagamento eletrônico, entretanto, novas estratégias de golpes surgem a cada dia. Para não ser alvo de golpistas que utilizam essa feramenta, o Jornal Midiamax elencou uma série de estratégias utilizadas por esses criminosos.

Especialista em cobrança e direito do consumidor detalhou alguns dos principais golpes em prática e seus modos de ação. "Por mais que esses golpes se mostrem cada vez mais sofisticados, eles normalmente se aproveitam de falhas ou desatenção das vítimas. Assim, todo o cuidado é pouco na utilização da ferramenta, pois, se ela facilita as transações, também facilita os golpes", alerta Afonso Morais, sócio da Morais Advogados.

Falsos funcionários

No golpe do falso funcionário de instituição financeira, a vítima recebe contato de uma pessoa que se passa por funcionário do banco ou empresa financeira, oferecendo ajuda para cadastro da chave PIX ou afirmando a necessidade de realizar algum teste, induzindo à realização de transferência bancária que será feita na realidade para a conta do golpista.

Falso sequestro

Essa já é bastante conhecida, mas, tudo se tornou mais fácil com o PIX. A pessoa entra em contato com a vítima, afirmando que sequestrou alguém da família e fala que tem um valor a ser pago. O golpista aproveita o desespero da pessoa e até imita a voz de um familiar, levando a vítima a fazer a transferência.

Golpe do Bug

Esse golpe aproveita da má-fé da vítima, pois espalha em redes sociais (vídeos ou mensagens de WhatsApp, por exemplo) afirmando que o PIX está com alguma falha em seu funcionamento (chamado "bug") e é possível ganhar o dobro do valor que foi transferido para chaves aleatórias. Contudo, ao tentar tirar proveito dessa ação a vítima enviará dinheiro para golpistas.

Phishing

Os ataques de phishing são muito comuns e usam mensagem que aparentam ser reais para que o indivíduo forneça informações confidenciais, como senhas e números de cartões.

Por isso, muito cuidado com qualquer mensagem que receber por e-mail ou por redes sociais, principalmente, as que possuem links suspeitos ou que pedem dados pessoais.

Clonagem de WhatsApp

Outro golpe que vem crescendo com o PIX é o da clonagem do WhatsApp. Neste, os golpistas elaboram uma mensagem no WhatsApp informando falsamente que são de empresas com as quais as vítimas têm relacionamentos ou cadastros ativos. A partir disso é solicitado o código de segurança, enviado por SMS pelo aplicativo, afirmando se tratar de uma atualização, manutenção ou confirmação de cadastro.

De posse desse código, é replicada a conta de WhatsApp em outro celular. A partir daí, os criminosos enviam mensagens para os contatos da pessoa, fazendo-se passar por ela, pedindo dinheiro emprestado por transferência via PIX.

Engenharia Social no WhatsApp

No golpe de engenharia social com WhatsApp o criminoso escolhe uma vítima, pega sua foto em redes sociais, e, de alguma forma, consegue descobrir números de celulares de contatos da pessoa. Com um novo número de celular, envia mensagens para contatos, informando que teve de trocar de número devido a algum problema. Assim, aproveita e pede uma transferência via PIX, dizendo estar com alguma emergência.

O que fazer?

Para o sócio da Morais Advogados, são precisos alguns cuidados para se prevenir dessas situações. "As pessoas devem sempre suspeitar de mensagens pedindo dinheiro, principalmente quando são urgentes. Assim, antes de qualquer ação, busque ter certeza de quem está falando".

Uma medida simples para evitar golpes é habilitar, no aplicativo, a opção "Verificação em duas etapas", basta acessar e seguir o seguinte caminho: Configurações/Ajustes > Conta > Verificação em duas etapas. Desta forma, é possível cadastrar uma senha que será solicitada periodicamente pelo app, contudo, os golpistas já estão conseguindo vencer essa barreira também. Por isso, evite e deixe a família e conhecidos avisados que nunca irá solicitar dinheiro por esse meio.

"Mas, como pode ver, os aproveitadores nem precisam mais clonar o WhatsApp. Por isso, um alerta importante é sobre a necessidade de cuidado com a exposição de dados em redes sociais, fique atento a sorteios e promoções que pedem o número de telefone do usuário. Além disso, recebendo mensagem de alguém que afirmar ter mudado o número, certifique-se dessa informação", alerta Afonso Morais.

"Importante lembrar que instituições financeiras não solicitam dados pessoais ativamente e bancos não fazem teste de PIX. Sem contar que os sistemas bancários são muito avançados para terem "bug" que dê dinheiro às pessoas", complementa Afonso Morais.

Aconteceu em Campo Grande

Um advogada de 42 anos, moradora no Jardim Itamaracá, em Campo Grande, ingressou com ação por danos morais contra a Claro, depois de cair em um golpe do Pix e perder aproximadamente R$ 5,6 mil. Ela alega que o crime só foi possível porque teve o número clonado. Além disso, afirma que a operadora deve ser responsabilizada, pois autorizou que terceiros contratassem planos e serviços em nome dela sem que ela tivesse autorizado.

A vítima relata que no dia 8 de fevereiro, por volta das 17 horas, estava em seu escritório quando recebeu pelo celular uma mensagem da agência bancária informando sobre uma transação via Pix. Ela chegou a questionar a sócia se havia feito alguma transferência, mas a resposta foi negativa. Ao observar com mais cuidado, constatou que havia transferido R$ 5 mil da conta dela vida TED e mais R$ 680 por meio do Pix, sem a devida autorização.

Diante dos fatos, ela tentou realizar ligações pelo celular, mas foi surpreendida com a falta de sinal do aparelho – a consumidora nem fazia e nem recebia ligações. Diante dos fatos, acionou a central de atendimento da operadora, ocasião em que o atendente informou que iria atualizar o sinal. Em seguida, questionou se a advogada havia feito alguma troca de chip em lojas físicas. Ela disse que não e imediatamente pediu bloqueio da linha.