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Mato Grosso do Sul

Colheita de milho começa nesta semana e produção deve passar de 1 milhão de toneladas

Caso a estimativa de produtividade se confirme, a produção passará de um milhão de toneladas, se aproximando do resultado de dois anos atrás

Redação/Região News

01 de Junho de 2025 - 16:54

Colheita de milho começa nesta semana e produção deve passar de 1 milhão de toneladas
Plantio de  Milho: Arquivo/RN.

A colheita do milho começa nesta semana em Sidrolândia com a expectativa dos produtores de retomar a produtividade da safra 2023, quando foram obtidas mais de 99 sacas por hectare. O otimismo leva em conta que as condições climáticas durante ciclo de desenvolvimento da planta ajudaram.

Caso a estimativa de produtividade se confirme, a produção passará de um milhão de toneladas, se aproximando do resultado de dois anos atrás, quando foram colhidas 1,2 milhão de toneladas em 200 mil hectares plantados.

Na safra atual, a área de cultivo aumentou em torno de mil hectares (chegou a 181 mil toneladas) em relação ao passado. A expectativa de que a chegada da Inpasa ampliasse a área plantada do grão, não se confirmou. A empresa   vai precisar de 3 milhões de toneladas   para manter sua produção diária de 1,5 milhão de litros de etanol. Terá de buscar fornecedores em municípios produtores próximos. Se a produtividade for a mesma do ano passado, 70 sacas/hectare, haverá a colheita de 760. 214.994 toneladas.

De acordo com dados do Projeto SIGA-MS, executado pela Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS), a segunda safra de milho 2024/2025 deve disponibilizar aos mercados interno e externo, 10,2 milhões de toneladas do cereal, desse total, menos de 1 milhão de toneladas deve ser destinado ao mercado externo.

Para o analista de Economia da Aprosoja/MS, Mateus Fernandes, a explicação para isso está no consumo interno. “A produção de etanol e de ração para alimentação animal, que chamamos de consumo interno, são as mais significativas no Mato Grosso do Sul, representando conjuntamente, mais de 50% da oferta de milho do Estado. Outra parte do milho é destinada a outros estados brasileiros como Paraná e Santa Catarina, onde é utilizado para ração de aves, suínos e bovinos”.

O etanol de milho tem se consolidado como uma alternativa estratégica e sustentável na matriz energética brasileira. Nos últimos anos, a produção nacional desse biocombustível apresentou crescimento expressivo. De acordo com a União Nacional do Etanol de Milho (Unem), o Brasil é o terceiro maior produtor de milho do mundo. Está atrás apenas dos Estados Unidos e da China. Nos últimos cinco anos, a produção de etanol de milho cresceu 293%, passando de 1,6 bilhão de litros, na safra 2019/20, para 6,3 bilhões de litros, na safra 2023/24.

Dados da União Nacional da Bioenergia, indicam que a projeção da produção para a safra 2025/26 (abril/março) foi estimada em 9,9 bilhões de litros, alta de 20% sobre o ciclo 2024/25. Em 2025/26, a produção seguirá liderada por Mato Grosso, com projeção de 5,98 bilhões de litros; Mato Grosso do Sul, com 2,07 bilhões; e Goiás com 831 milhões de litros.

Na safra 2023/2024, Mato Grosso do Sul produziu 4,2 bilhões de litros de etanol, sendo que 37% desse volume, aproximadamente 1,55 bilhão de litros, foi proveniente do milho. A expectativa é que a produção total de etanol no estado alcance 4,7 bilhões de litros, com o etanol de milho representando cerca de 2,07 bilhões de litros, consolidando o Estado como o segundo maior produtor nacional desse biocombustível.

 “O avanço do etanol de milho em Mato Grosso do Sul não apenas fortalece a economia regional, mas também contribui para a diversificação da matriz energética nacional, alinhando-se aos compromissos de sustentabilidade e redução de emissões de gases de efeito estufa. Com perspectivas promissoras, o estado consolida-se como um polo de referência na produção de biocombustíveis no Brasil”, aponta o presidente da Aprosoja/MS, Jorge Michelc.

Dados da Biosul apontam que Mato Grosso do Sul tem 22 usinas de Bioenergia em operação, dessas 19 processam a partir da cana e três a partir do milho. O setor é responsável por cerca de 30 mil empregos diretos com salários acima da média estadual, com participação de 17% no PIB Industrial.