Mato Grosso do Sul
Desemprego chega a 7%, mas Mato Grosso do Sul mantém uma das menores taxas do Brasil
Em Mato Grosso do Sul, a taxa de desocupação ficou em 4% no 1° trimestre de 2025.
Midiamax
16 de Maio de 2025 - 09:59

A taxa de desocupação (desemprego) no Brasil atingiu 7% no primeiro trimestre de 2025, tendo um crescimento em 12 das 27 unidades federativas do país se comparado ao 4° trimestre de 2024. Em Mato Grosso do Sul, o índice ficou em 4%, o que mantém o estado entre os que apresentam os melhores resultados no Brasil. Em Campo Grande, a taxa ficou levemente acima, em 4,1%.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (16) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), por meio da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).
Apesar do crescimento da taxa nacional de desemprego em 0,8 ponto percentual, o analista da pesquisa, William Kratochwill, ressalta que esse aumento é sazonal, por conta do fim de contratos temporários no fim do ano.
“Mesmo com esse crescimento, o mercado de trabalho brasileiro mostrou resiliência. Esse foi o menor índice de desocupação já registrado para um primeiro trimestre desde o início da série histórica”, explicou.
MS entre os melhores desempenhos do país
Com 4% de desocupação, Mato Grosso do Sul está atrás apenas de Santa Catarina (3%), Rondônia (3,1%) e Mato Grosso (3,5%). Empatam com MS outros dois estados: Paraná e Espírito Santo, ambos com a mesma taxa de desemprego.
Já as maiores taxas foram observadas em Pernambuco (11,6%), Bahia (10,9%) e Piauí (10,2%). No total, o desemprego cresceu em 12 das 27 unidades da Federação, mas ficou estável nas demais.
Queda entre os que mais procuram emprego
Um dado positivo é que todas as faixas de tempo de procura por emprego registraram redução no número de desocupados. Conforme o IBGE, o número de pessoas que buscavam trabalho há dois anos ou mais caiu para 1,4 milhão, o menor para um primeiro trimestre desde 2015. Embora tenha caído 25,6% frente ao primeiro trimestre de 2024, esse contingente ainda está 8,1% acima do mínimo da série (1,3 milhão), atingido em 2014.
William destaca ainda que, pela primeira vez, há mais brasileiros desocupados há menos de um mês (21,5%) do que pessoas que procuram emprego há mais de dois anos. “Esse comportamento reforça a força do mercado de trabalho”, afirmou.
Desigualdades persistem
As disparidades entre grupos sociais seguem evidentes. A taxa de desemprego entre mulheres ficou em 8,7%, enquanto entre os homens ficou em 5,7%. Quando analisada por cor ou raça, a taxa ficou abaixo da média nacional 5,6% entre brancos, mas acima entre pardos (8,0%) e pretos (8,4%).
Pessoas com ensino médio incompleto enfrentam maior dificuldade para conseguir emprego: a taxa de desocupação nesse grupo ficou em 11,4%, a maior entre os níveis de escolaridade. Para as pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi de 7,9%, mais que o dobro da verificada para o nível superior completo (3,9%).
Informalidade atinge 38% no Brasil
A taxa de informalidade no Brasil alcançou 38,0% da população ocupada no primeiro trimestre de 2025, de acordo com a PNAD Contínua. O índice permanece estável em relação ao último trimestre de 2024, mas mostra contrasta entre as regiões brasileiras.
As maiores taxas de informalidade ocorreram no Maranhão (58,4%), em seguida aparece o Pará (57,5%) e Piauí (54,6%). Na outra ponta, os menores índices estão em Santa Catarina (25,3%), Distrito Federal (28,2%) e São Paulo (29,3%).
Conforme o analista do IBGE, William Kratochwill, a taxa de informalidade reflete a estrutura econômica de cada estado, sendo que aqueles mais industrializados e mais complexos, geram postos de trabalho formais.
A taxa considera os trabalhadores sem carteira assinada no setor privado e doméstico, além dos empregadores e autônomos sem CNPJ e dos trabalhadores familiares auxiliares.
No Brasil, 74,6% dos empregados do setor privado tinham carteira assinada no primeiro trimestre de 2025. O Maranhão tem a menor proporção de trabalhadores formais, apenas 51,8% dos empregados do setor privado possuem carteira assinada. Logo atrás estão Piauí (52,0%) e Pará (55,1%).
Já os melhores desempenhos foram registrados em Santa Catarina (87,8%), São Paulo (83,4%) e Rio Grande do Sul (81,5%).
MS tem uma das menores taxas de trabalho por conta própria
A proporção de pessoas trabalhando por conta própria no Brasil ficou em 25,3% da população ocupada. No entanto, Mato Grosso do Sul se destacou com uma das menores taxas do país: apenas 21,2%. Ficou atrás apenas do Distrito Federal (19,0%) e de Tocantins (20,6%).
Os estados com os maiores percentuais de trabalhadores autônomos foram Rondônia (35,6%), Maranhão (32,7%) e Amazonas (31,2%). Conforme o IBGE, em muitos casos, o trabalho por conta própria ocorre na informalidade, o que pode significar menor proteção social e instabilidade financeira.
Rendimento médio fica em R$ 3.410
O rendimento médio real habitual da população ocupada está estimado em R$ 3.410 no primeiro trimestre deste ano. O valor representa alta em relação ao trimestre anterior (R$ 3.371) e também frente ao mesmo período de 2024 (R$ 3.279).
As regiões Sul e Nordeste apresentaram crescimento estatisticamente significativo nos rendimentos: Sul, com R$ 3.840 e Nordeste, com R$ 2.383. Nas demais regiões, os rendimentos se mantiveram estáveis.
Já a massa de rendimento real habitual totalizou R$ 345 bilhões, com estabilidade no trimestre e crescimento de 6,6% em 12 meses — o que representa um acréscimo de R$ 21,2 bilhões. O Sudeste concentrou a maior parte da massa salarial (R$ 174,9 bilhões), enquanto o Norte apresenta a menor (R$ 21,1 bilhões).




