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Mato Grosso do Sul

Mortes nas rodovias federais aumentam 10,5% na comparação com 2022

Uma das explicações para o aumento está no anel viário de Campo Grande, onde nove pessoas já morreram, contra três no ano passado.

Correio do Estado

02 de Setembro de 2023 - 10:54

Mortes nas rodovias federais aumentam 10,5% na comparação com 2022

O motociclista Fábio Lima Gomes, de 30 anos, morreu vítima de acidente ontem à noite na altura do quilômetro 505 da BR-262, entre as cidades de Anastácio e Miranda. E, conforme dados da Polícia Rodoviária Federal, com mais esta ocorrência, subiu para 126 o número de mortes nas rodovias federais do Estado neste ano, o que representa aumento de 10,5% na comparação com os 114 óbitos em igual período do ano passado.

Pedreiro, Fábio Lima, que agora engrossa as estatísticas, estava trabalhando em Miranda e retornava para Anastácio, onde residia. Ele estava na companhia do pai, que viajava em outra motocicleta, conforme o site Princesinha News. Pai de duas crianças, ele bateu de frente com uma carreta e teve morte instantânea. A causa do acidente ainda está sendo investigada.

Mortes nas rodovias federais aumentam 10,5% na comparação com 2022

Fábio Lima Gomes morreu em acidente com sua moto entre Miranda e Anastácio

Por causa do aumento na extração de minérios em Corumbá, a circulação de carretas praticamente triplicou nos últimos três anos e atualmente cerca de 800 veículos de carga passam diariamente pela BR-262 naquela região. Ao longo de toda a rodovia, que liga Três Lagoas a Corumbá, 26 pessoas morreram desde o começo do ano. Em 2022, no mesmo período, foram 34 óbitos.

E, horas antes deste acidente próximo a Miranda, por volta do meio dia outro motociclista morreu nesta sexta-feira (1), desta vez na BR-158, em Três Lagoas. Ele tentou cruzar a rodovia e foi atingido por uma caminhonete.

A morte registrada na BR-158 ajuda a explicar o aumento das ocorrências nas rodovias federais neste ano. Enquanto que nos oito primeiros meses de 2022 foram seis mortes ao longo dos 325 quilômetros desta estrada na região leste do Estado, em 2023 o número saltou para 17, um aumento da ordem de 183%.

Contudo, a principal rodovia de Mato Grosso do Sul, a BR-163, também voltou a ter contribuição importante para a piora das estatísticas. Enquanto que no ano passado foram 33 mortes nos primeiros oito meses entre Mundo Novo e Sonora, em 2023 já são 47, o que significa aumento de quase 43%.

Uma das explicações para este aumento está entre os quilômetros 466 e 491, onde está o anel viário de Campo Grande, entre as saídas para Dourados e Cuiabá. Desde o começo do ano já morreram nove pessoas neste trecho, disparado o mais crítico dos 855 quilômetros da rodovia. No ano passado, em igual período, foram três mortes.

E além das nove mortes, desde o começo do ano 23 pessoas sofreram ferimentos considerados graves e outras 67 saíram com lesões leves dos 92 acidentes registrados ao longo destes 25 quilômetros onde ocorre a mistura de tráfego rodoviária com o urbano.

Mas apesar da explosão de casos neste pequeno trecho, a BR-163 como um todo está em 2023 com a maior média mensal de mortes dos últimos quatro anos, conforme dados disponíveis no site da PRF.  Em 2023 são, em média, 5,8 mortes por mês, superando os três anos anteriores, quando o pico médio foi de 4,9 mortes mensais, ao longo de 2021.